Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Aquino, Thiago Ferreira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-30102014-155041/
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Resumo: |
Luciano Perrone (1908 - 2001) foi músico baterista e percussionista de grande importância no Brasil. Atuando na Rádio Nacional desde sua inauguração, exerceu um papel central na consolidação tanto do gênero musical samba quanto do instrumento musical bateria. Sua carreira inicia quando o instrumento está recém-consolidado - o primeiro pedal de bumbo comercialmente produzido, marco nesse processo, data de 1910. Por sua vez, os primeiros registros da bateria no Brasil são de 1917. Ocupando posição de grande renome nessa primeira geração de bateristas do Brasil, Perrone coopera ao longo de quase toda sua carreira com o maestro Radamés Gnattali, que conhece em 1929. O interesse neste objeto de pesquisa se justifica a partir da importância da música popular na formação de uma identidade nacional. Conforme Vianna (1995), tanto uma quanto a outra se constituíram simultaneamente e mutuamente. Por circular em diversas práticas (bateria, percussão popular, percussão erudita), podemos entender Perrone a partir da noção de mediador (cf. HENNION: 1993, 2003 e VELHO: 2001). A partir do levantamento da trajetória e obra de Luciano Perrone, os objetivos do trabalho são: a) aprofundar a análise acerca da existência de elementos característicos em sua performance e a permanência ou mudança dos mesmos na consolidação de um estilo brasileiro na bateria - questões iniciadas nos trabalhos de Serra (2007) e Barsalini (2009); e b) investigar o processo de construção de Perrone como referência por gerações posteriores de músicos, e a intensificação deste processo na atualidade. Para isso, trabalha-se a partir de fontes bibliográficas, discográficas e de campo, de forma a abordarmos nosso objeto a partir de diversas perspectivas. Em termos de sua trajetória no contexto do campo musical brasileiro, percebe-se uma importante descontinuidade na execução do samba na bateria representada pelo surgimento da Bossa Nova. Inaugurando uma nova leitura da noção de modernidade em música, a Bossa Nova opera uma polarização entre o tradicional e o moderno na qual o estilo de Perrone encontra dificuldade de se encaixar. Por sua vez, do ponto de vista rítmico, analisamos a performance do samba na bateria por Luciano Perrone e por outros instrumentistas, contribuindo para aprofundar a descrição do gênero. Finalmente, a partir da centralidade da onomatopeia na concepção sambística de Luciano Perrone, comparamos o uso de recursos semelhantes em gravações de samba e em outras práticas musicais. A utilização deste procedimento por compositores de samba de diferentes estilos e trajetórias nos permite tecer algumas conclusões com validade para além de nossa amostragem, em busca de elementos característicos do gênero. Partindo desta investigação, constatou-se a manutenção de fraseados ligados ao paradigma rítmico do tresillo em sambas relacionados ao paradigma do Estácio (SANDRONI, 2001). |