Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Elisabete Agrela de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-23072015-114955/
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Resumo: |
Tomado como um dos princípios chave do referencial da promoção da saúde, o empoderamento é considerado um termo complexo e gerador de diferentes interpretações. Recebe influência do discurso psicológico - com a noção de poder interior e do discurso pedagógico conscientização para ter poder. Este trabalho discutiu o termo adotando o poder como relacional e a produção de subjetividade como lugar de potência. Diante da escassez de literatura nesta perspectiva, almejou-se contribuir para o preenchimento desta lacuna e servir para sua reflexão no campo da saúde. O objetivo do trabalho foi compreender o uso do termo empoderamento, no campo da Saúde Pública, a partir das percepções dos sujeitos envolvidos em dois projetos de promoção da saúde. Realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa. Os instrumentos para coleta de dados foram análise documental, entrevista, grupo focal e observação. Os sujeitos foram trabalhadores e usuários de duas ações públicas de saúde. A análise dos dados foi feita por meio da articulação entre os dados obtidos em campo e o referencial teórico que orientou o estudo. Os resultados mostraram que a compreensão do termo é composta por diversas linhas e relações. Foram agrupados em três dimensões: política, gestão e subjetiva. Na dimensão política foram analisados: a participação social como um dos aspectos do empoderamento; a construção de redes como um importante instrumento neste sentido; a autonomia e o empoderamento como dependentes entre si e o pastorado como a preocupação em ensinar caminhos corretos. Na dimensão da gestão foram discutidos: a influência do discurso econômico neoliberal no trabalho; o questionamento quanto ao interesse do Estado em ter um grupo potente e a necessidade de empoderamento dos próprios profissionais. E na dimensão subjetiva foram tratados: o termo associado aos espaços de emergência de potencialidades; ao fortalecimento dos sujeitos no território; aos encontros disparadores de amizades; à autoestima e , ainda, à importância das relações entre os sujeitos. A análise do material mostrou que o empoderamento acontece quando os sujeitos estão em relação uns com os outros, em agenciamentos, em encontros de manifestações de potências de subjetividades. Por outro lado, o termo também foi utilizado como álibi de ações que pretendem ensinar a ter vida saudável assumindo o risco de destituirem os sujeitos de sua potência. Conclui-se que o termo empoderamento pode contribuir para a eminência da potência e da inventividade, desde que se compreendam as diferentes linhas que tecem os cenários, o que exige uma atuação vigilante para que não seja reprodutora de preconcepções e padronizações de comportamento e condutas. |