Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Carolina de Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-11032014-090751/
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Resumo: |
Introdução: Poucos trabalhos correlacionam o perfil metabólico com o estado nutricional em crianças e adolescentes após intervenção dietética. Objetivos: Identificar, em uma população de indivíduos de 9 a 13 anos submetidos a uma intervenção nutricional, a existência de diferentes grupos metabólicos formados com base em dados bioquímicos (níveis de glicemia, colesterol total, triglicérides, VLDL colesterol, LDL colesterol e HDL colesterol) coletados em 3 momentos do estudo; e descrever a evolução longitudinal do perfil nutricional e metabólico destes grupos. Metodologia: Estudo clínico de intervenção auto-controlado, baseado na medida do perfil bioquímico (níveis de glicemia, colesterol total, triglicérides, VLDL colesterol, LDL colesterol e HDL colesterol) e do estado nutricional (antropometria, composição corporal e dados de ingestão alimentar) em três momentos: no início do estudo (antes de ser iniciada a intervenção), após seis semanas de suplementação de vitaminas e minerais e após outras seis semanas sem essa intervenção, para avaliar como um indivíduo, de 9 a 13 anos de idade responde à suplementação de múltiplos micronutrientes. O nível de atividade física praticado por esses indivíduos foi avaliado através do aparelho Bodybugg®. Resultados: Cento e trinta e seis indivíduos foram estudados até o terceiro momento do estudo. 43,4% eram do sexo masculino e 56,6% eram do sexo feminino. A média de idade foi de 11,39 ± 1,10 anos. A maioria dos participantes pertenciam ao estadiamento puberal 2 (43,4%) e 3 (35,3%). Em relação à classificação econômica dos participantes, a maioria pertencia à categoria B2 (38,2%) e C1 (26,5%). Do total da amostra estudada, no momento 1, 4,4% dos participantes apresentaram magreza grave; 5,9% apresentaram magreza, 41,9% estavam com o peso adequado, 22,8% tinham sobrepeso e 25% tinham obesidade. No momento 2, 3,7% dos participantes apresentaram magreza grave, 7,4% apresentavam magreza, 42,6% tinham o peso adequado, 22,1% tinham sobrepeso e 24,3% tinham obesidade e no momento 3, 3,7% dos participantes apresentaram magreza grave, 6,6% apresentavam magreza, 41,2% tinham o peso adequado, 22,8% tinham sobrepeso e 25,7% tinham obesidade. Em média encontramos: 3,7% dos participantes com magreza grave, 5,9% com magreza, 41,9% com peso adequado, 24,3% com sobrepeso e 24,3% com obesidade. Os participantes foram agrupados (clusterizados) utilizando-se como critério seu perfil metabólico (níveis de glicemia, colesterol total, triglicérides, VLDL colesterol, LDL colesterol e HDL colesterol) nos três momentos do estudo, por meio da técnica estatística K-cluster. O cluster 1 (n = 111) era composto por mais indivíduos do sexo feminino que o cluster 2 (n = 25) (p = 0,006) e apresentou melhor perfil metabólico (melhores valores para o perfil lipídico e de glicemia). Os indivíduos do cluster 1 também apresentaram menor peso, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC) e massa gorda (% peso) quando comparado aos participantes do cluster 2. A massa corporal magra (% peso) e a água corporal total (% peso) foram estatisticamente maiores nos participantes do cluster 1. A análise da ingestão habitual (por questionário de frequência alimentar - QFA) mostrou que os participantes do cluster 1 estavam ingerindo mais vitamina B2 e vitamina B6 quando comparados aos participantes do cluster 2 (p < 0.05). Houve menores valores para proteína C-reativa (PCR) e maiores valores para ferro sérico no cluster 1. A capacidade latente de ligação de ferro (UIBC) e leucócitos foram estatisticamente maiores no cluster 2. Não houve diferença entre o nível de atividade física praticado pelos dois clusters, ambos desempenhavam atividade física leve. A análise longitudinal mostrou que houve aumento de estatura e peso nos clusters 1 e 2. A avaliação longitudinal da ingestão habitual (QFA) no cluster 1 mostra redução da ingestão de energia, carboidrato, proteína e lipídio do momento 1 (M1) para momento 2 (M2) e momento 3 (M3). A suplementação de vitaminas mostrou resultados estatísticos significativos, consistentes com suplementação e wash out para a maioria das vitaminas e minerais nos clusters 1 e 2. A análise longitudinal (corrigindo para as variáveis idade, gênero, estadiamento puberal e ingestão de energia, carboidrato e lipídio) no cluster 1 mostrou que o colesterol total e a LDL diminuíram ao longo do estudo; a glicemia diminuiu do momento 1 para o momento 2, porém PCR aumentou no momento 2; ferro sérico e hemoglobina diminuíram no momento 2 e aumentaram no momento 3. No cluster 2, o colesterol total e o LDL diminuíram ao longo do estudo; a PCR aumentou ao longo do estudo, ferro sérico diminuiu do momento 1 para o momento 2. Conclusões: Foram encontrados dois grupos metabólicos opostos. Os indivíduos podem responder de forma diferente a uma mesma intervenção e é possível que a suplementação de múltiplos micronutrientes tenha um papel na melhora do perfil glicídico e lipídico de alguns sujeitos do estudo. Estudos de genotipagem e proteômica poderão reforçar esta hipótese e ajudar a entender como o sistema biológico de crianças e adolescentes interage para culminar em uma resposta frente a uma intervenção. |