Corpos à deriva: literatura e animalidade em Murilo Rubião

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Garcia, Marilia Westin Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-13052020-141936/
Resumo: Este trabalho se propõe a apresentar uma leitura dos contos \"Teleco, o coelhinho\", \"Alfredo\" e \"Os dragões\", de Murilo Rubião, a partir da relação entre animalidades e humanidades. Dessas relações, escapam novas possibilidades de humano construídas por meio de acoplagens inventivas entre o corpo e linguagem, que nos impelem não só a reconhecer a proximidade entre nós e as diferentes animalidades, mas também a questionar hierarquias sociais estabelecidas a partir do apagamento de corpos humanos desumanizados ou sub-humanizados, reduzidos à generalidade sobre a qual inserimos os animais. Procuramos atravessar, durante as leituras, tanto a perspectiva do humano quanto a do animal, pois acreditamos ser a partir do conflito entre diferentes possibilidades enunciativas e os pressupostos de existência acionados por elas que a obra de Murilo Rubião se constrói. Tais pressupostos, se pensados a partir da heterogeneidade do regime ficcional, também abrem espaço para uma breve releitura das noções de literatura fantástica. Em suma, acreditamos que considerar como mundo possível aquilo que escapa da realidade dominante proposta pelo narrador rubiano, variando as experiências de leitura mesmo diante da experiência de dominação sobre a qual os personagens animais são submetidos, abre os contos para outras possibilidades políticas de encenação estabelecidas por meio do choque entre a estrutura unívoca que nega a fluidez dos corpos e a força equívoca dos corpos que procura desintegrar essa estrutura.