Os processos de socialização e a formação da identidade profissional docente: o caso dos professores de ciências em início de carreira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Amanda Carolina Hora da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-05122016-150018/
Resumo: O presente trabalho busca compreender como os processos de socialização contribuem para a formação das identidades profissionais docentes dos professores de Ciências egressos do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo EACH/USP. O principal referencial teórico que sustenta a pesquisa é constituído por Claude Dubar, que conceitua e fundamenta a construção das identidades sociais e profissionais. Além disso, o trabalho faz uma abordagem sobre a questão das identidades sob a perspectiva dos Estudos Culturais e das discussões suscitadas por alguns de seus teóricos como Stuart Hall e Néstor García Canclini. Para responder a pergunta de pesquisa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com professores de Ciências iniciantes, egressos do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. No que confere à análise dos dados utilizou-se uma metodologia qualitativo-interpretativa de pesquisa tendo como principal referencial metodológico as contribuições da História Oral e da Análise de Narrativas. Os resultados mostram que a construção das identidades profissionais docentes é um processo permeado por uma ampla teia de identidades herdadas e visadas e por tensões e rupturas entre os grupos de referência de origem e os grupos nos quais os professores pretendem se inserir em sua vida profissional. Na escolha pela profissão, parece haver um predomínio de identidades herdadas de gerações anteriores, e uma ruptura com o grupo de origem, enquanto que para permanecer no curso e na profissão docente, os professores utilizam algumas estratégias identitárias vinculadas com o reconhecimento desse grupo de origem. Os estágios obrigatórios parecem ter sido um elemento crucial na hora de decidir pela permanência na profissão docente. Quanto à inserção no mercado de trabalho, parece haver tensões entre os professores novos e sua cultura, por um lado, e os professores mais antigos e a cultura institucional, pelo outro. Os resultados nos conduzem a pensar que, nos processos de formação docente é importante incluir oportunidades de reflexão e de trabalho sobre os processos de socialização, para que o início na carreira e a permanência se tornem o menos problemático possível