Investigação da validade da versão brasileira da Escala de Triagem e Avaliação para Dependentes (MATE-pt-BR)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Anderson Sousa Martins da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-07052024-170604/
Resumo: Os serviços de atendimento para indivíduos com transtorno por uso de substâncias (TUS) nos países de média-renda, como o Brasil, têm uma carência de instrumentos para triagem e avaliação do tratamento. Por ter uma base sólida em ferramentas de avaliação de funcionalidade da Organização Mundial de Saúde (OMS) e por ser voltado para a prática clínica, a versão brasileira da escala de triagem e avaliação para dependentes (measurements in the addiction for triage and evaluation MATE) pode ser útil para a rede assistencial brasileira. Portanto, existe a necessidade da validação desse instrumento para uso na população brasileira. O objetivo desta dissertação foi investigar a validade e confiabilidade da versão brasileira da MATE. A amostra deste estudo foi composta por indivíduos adultos que procuraram livremente ou que foram encaminhados ou que já estavam em tratamento para TUS na rede de atenção psicossocial (RAPS) de São Paulo e São Bernardo do Campo. O cálculo amostral levou em conta a prevalência de uso e dependência de álcool na população adulta brasileira. Para ter 95% de poder estatístico, com uma margem de erro de 5%, a amostra mínima calculada é de 212 indivíduos. A consistência interna da versão brasileira da MATE foi avaliada pelo alfa de Cronbach. A validade convergente e discriminante (utilizando a sexta versão brasileira da addiction severity index (ASI-6) como padrão-ouro) foi avaliada pelo coeficiente de correlação de Pearson entre itens e escores, bem como entre as seções. Um total de 13 entrevistadores aplicaram os 2 questionários em um total de 231 sujeitos. Para a consistência interna, a MATE apresentou coeficientes alfa de Cronbach entre 0,45 e 0,92, estando apenas os Módulos 2 (0,66) e 6 (0,45) abaixo de 0,8, além de apresentar correlação significativa entre todas suas diferentes seções. Com relação à validade convergente, apesar de não apresentarem módulos (MATE) e domínios (ASI-6) idênticos, houve correlação significativa quando os mesmos avaliavam domínios semelhantes. Os resultados deste estudo fornecem apoio substancial para a validade e confiabilidade da MATE no contexto da população do Brasil, apresentado robusta consistência interna. Embora os Módulos 2 e 6 tenham apresentado valores ligeiramente inferiores, esses resultados eram esperados devido à natureza das perguntas destes módulos. A MATE também demonstrou correlações significativas entre suas diferentes seções, alinhando-se às expectativas de estabelecer relações coerentes entre os seus componentes. Isso ressalta a capacidade do instrumento em avaliar diferentes facetas do TUS de forma eficaz. Ao fornecer uma avaliação abrangente sobre o uso de substâncias enquanto considera a funcionalidade dos pacientes, a MATE pode contribuir para um tratamento mais informado e direcionado, além de auxiliar na alocação de recursos, especialmente no contexto de serviços regionalizados, como os CAPS-AD no Brasil. A MATE surge como uma ferramenta valiosa para avaliar o TUS e prejuízos funcionais comórbidos no contexto brasileiro. Mais pesquisas e aplicações da MATE em diversos ambientes clínicos e populacionais poderiam fornecer mais insights sobre sua eficácia e ampliar sua utilidade no cuidado do TUS