São Paulo no centro das marginais: a imagem paulistana refletida nos Rios Pinheiros e Tietê

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Monteiro, Peter Ribon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-17062010-152626/
Resumo: Os rios Pinheiros e Tietê sempre se destacaram como uma paisagem singular no planalto colinoso sobre o qual se assentou a cidade de São Paulo. Num processo de transformação iniciado ainda no final do século 19 e cujo ápice se deu durante as décadas de 1940 e 1960 - quando estes cursos dágua são então canalizados e retificados, ao mesmo tempo em que vias expressas são construídas em suas margens -, um novo desenho molda as grandes várzeas paulistanas. Com o passar do tempo, novos elementos se juntam a este desenho - pontes, usinas elevatórias, via férrea, edifícios industriais, comerciais, residenciais etc. -, consolidando-o à estrutura da cidade. O caráter estruturador do sistema natural é então intensificado pelas avenidas marginais que, não apenas se adaptam à expansão urbana da capital paulista, como contribuem para a consolidação da região metropolitana. Por outro lado, o centro deste novo desenho - representado pelos próprios rios que, antes da grande mudança, chegaram a apresentar uma relação harmônica com a cidade através do desenvolvimento de práticas sociais em seu leito e em suas margens -, sofre um contínuo processo de contaminação que, somado ao bloqueio provocado pelas próprias vias (avenidas e ferrovia), o isola do traçado urbano. Buscando reverter este quadro, um programa de requalificação é iniciado na década de 1990, visando não apenas à limpeza das águas fluviais, mas também o controle das inundações que ainda hoje assolam a metrópole. Apesar da evidente degradação ambiental, acreditamos, porém, que o desenho formado pelos rios, avenidas marginais e conjunto urbano adjacente - por sua importância físico-geográfica e histórico-cultural - acabou por se constituir num sistema de comunicação visual urbana de caráter primordial à identidade de São Paulo, e dentro do qual os primeiros elementos, por se encontrarem diretamente vinculados ao cerne de criação desse mesmo sistema, se destacam como essenciais, refletindo assim a representatividade da própria cidade. Desse modo, buscamos investigar a confirmação deste fato através de uma análise teórica - enfatizando os projetos e planos desenvolvidos e realizados para as várzeas dos rios Pinheiros e Tietê - e de uma análise prática - enfatizando a importância da inter-relação entre os diversos elementos do sistema e significados presentes em locais estrategicamente escolhidos: foz do rio Tamanduateí, pontes das Bandeiras e Cruzeiro do Sul, estações de trens da CPTM e parque ecológico do Tietê. Para esta última, valemo-nos de procedimentos metodológicos que nos levam a uma leitura semiótica, considerando o sistema como um signo e privilegiando o entendimento da percepção ambiental (nível pragmático) sob um enfoque fenomenológico. Junto a isso, complementam nossa investigação uma análise do desenho natural do sistema em seus diversos níveis de abrangência (metropolitano, regional e nacional) e um histórico do processo de reintegração entre cidades e rios (ou baías e mares) a partir de meados do século 20 nos países desenvolvidos.