Travessias de monstruosidades: corpos docentes e discentes na educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Angel, T.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48137/tde-22102024-092337/
Resumo: Isso não é um mestrado, mas um monstrado. A presente pesquisa se debruçou em entender os sismos e impactos que corpos docentes, discentes e dissidentes geram na educação institucional enquanto movimento de travessia de monstruosidades. Buscando provocar e contribuir com os debates e as disputas sobre políticas educacionais e diferenças na atualidade no Brasil. Trabalhei com os Estudos Monstros em uma perspectiva de corte e costura de marcadores sociais da diferença, instaurando estranhezas e extrapolando as noções de identidade. A monstra sempre escapa. Com forte diálogo com os estudos das sexualidades, gêneros e corporalidades dissidentes (Teorias Queer, Crip e Freak), atravessada pela cultura da modificação corporal não hegemônica (piercing, tatuagem, escarificação e implantes), houve na pesquisa um trabalho de campo extremamente importante que contou com a contribuição de cinco monstruosidades que fizeram e fazem suas travessias na educação. Seus corpos e corpas atravessam a instituição, ao passo que são atravessados por ela. Ruídos. Respostas. Por meio do campo, articulado em teia de afetos, com encontros individuais e coletivos, foi possível perceber as marcas e os marcos que a educação segue gerando em corpas desobedientes. Produções visuais brotaram desses cruzamentos e ilustram as páginas seguintes. Escapam das páginas. Entrecruzo a pesquisa com a minha autobiografia, considerando que é um trabalho acadêmico sobre travessias de monstruosidades e executada por uma monstra, que nas pontas de suas línguas se articula no espectro da denúncia e anúncio sobre uma educação que tem faltado e falhado miseravelmente com determinadas multidões e legiões: como a que eu faço parte. Rachadura. O monstrado emerge das sombras e caminha nesta travessia acadêmica enquanto um chamamento para o sonho. Ao movimento aberrante de outras sujeitas que dançam furiosamente no chão da escola, articulando sabores e saberes sagrados que vêm de fora. Bastou um furo e tudo desmoronou. A terra tremeu.