Avaliação dos efeitos neurotóxicos e antioxidantes do fenantreno em juvenis de Epinephelus marginatus (Perciformes: Serranidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Faria, Natalia Pires Vieira Morais de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-05032024-121058/
Resumo: O petróleo cru é composto por Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs). O fenantreno (FE) é um HPA hidrofóbico/lipofílico que possui dois ou mais anéis de benzeno aromáticos fundidos. No ambiente marinho, os desastres ecológicos com os derramamentos de petróleo são as principais fontes externas de HPAs, incluindo o FE. A garoupa-verdadeira Epinephelus marginatus é uma espécie hermafrodita protogínica de grande importância econômica e encontra-se classificada como vulnerável. Um estudo prévio demonstrou que a exposição ao FE reduziu a concentração de 11-cetotestosterona (11-KT) in vitro e in vivo, sugerindo assim interromper a esteroidogênese em garoupas juvenis. Dentro deste contexto, o presente estudo teve como objetivo principal analisar os efeitos do FE nas alterações comportamentais e endócrinas, assim como no dano oxidativo em juvenis de E. marginatus em um bioensaio agudo e subletal de 96h. Os peixes foram expostos ao FE nas concentrações nominais de 0,1 mg L-1 (baixa concentração) e 1 mg L-1 (alta concentração) e grupos controle, com veículo de diluição (ETOH 0,004%) e sem veículo. Câmeras foram instaladas ao redor dos aquários experimentais para as avaliações comportamentais durante o período de exposição, nos seguintes tempos: 0, 6, 12, 24, 36, 48, 60, 72, 84 e 95h. Após 96h de exposição, o cortisol plasmático foi quantificado por ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) com kit comercial. Em seguida, os animais foram eutanasiados e o cérebro e amostras de músculo epaxial foram coletados para a análise de atividade de acetilcolinesterase (AChE). Já amostras de fígado e brânquias foram coletadas para avaliar os danos oxidativos e lipoperoxidação. As atividades das enzimas de defesa antioxidante: superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa S-transferase (GST) foram analisadas no fígado e nas brânquias. Análises comportamentais indicaram alterações no comportamento social (diminuição de interações agonísticas), incluindo alterações no equilíbrio dos animais em altas concentrações de FE. Adicionalmente, foi observada alta produção de muco nos grupos expostos ao FE e ao grupo ETOH. Não houve alterações significativas na atividade da AChE nos distintos grupos. A concentração plasmática de cortisol foi maior nos animais expostos ao FE (alta concentração) em comparação aos grupos controle e etanol. Em relação ao dano oxidativo, apenas a atividade da SOD nas brânquias foi mais baixa que o grupo controle, enquanto a lipoperoxidação foi mais alta no fígado nos animais expostos à alta concentração de FE, em relação aos animais do grupo veículo e expostos a baixa concentração de FE. Os dados obtidos foram importantes para compreender os efeitos deste componente do petróleo sobre o sistema endócrino e comportamental de E. marginatus, contribuindo assim, com a conservação dessa importante espécie vulnerável.