Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Mayta, Victor Raul Chavez |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14133/tde-06082019-134442/
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Resumo: |
Nesta pesquisa são apresentadas observações que associam os distúrbios ondulatórios tropicais e extratropicais na organização da precipitação sobre a Bacia Amazônica (BA). As perturbações ondulatórias consideradas nesta tese são aquelas que atuam desde a escala intrasazonal (de baixa e alta frequência) a escalas de tempo subsazonais. As análises baseiam-se em conjuntos de dados observacionais de precipitação e de radiossondagem, de satélite e da reanálise. Os resultados sugerem que na baixa frequência da variabilidade intrasazonal (banda de 30 a 70 dias), a oscilação de Madden-Julian (OMJ) é um dos principais mecanismos atmosféricos que modulam a variabilidade da precipitação sobre a região amazônica, desempenhando um papel fundamental, principalmente durante o inverno austral. Embora a BA estenda-se sobre a região tropical, a variabilidade de baixa frequência intrasazonal não está estritamente associada à forçante produzida pela propagação equatorial da OMJ. Além disso, sugere-se que os índices OMJ baseados em convecção tem um melhor desempenho em explicar a influência da OMJ na precipitação intrasazonal. A atividade intrasazonal de alta frequência, ou variabilidade de 10-30 dias, é responsável por cerca de 22% do número total de eventos de chuva intrasazonais de baixa frequência (30-70-dias) na Amazônia. Além disso, a variabilidade de alta frequência sobre a Amazônia é parte do padrão de grande escala observado na América do Sul durante o inicio do período chuvoso (outubro a novembro) e período seco (maio e setembro). Por outro lado, durante o pico da estação chuvosa (dezembro-abril), o padrão espacial noroeste-sudeste parece ser influenciado por trens de onda de Rossby diferente do tipo previamente documentado com um padrão espacial sudeste da América do Sul - zona de convergência da América do Sul (SESA-SACZ). Partindo para fenômenos de mais alta frequência, as ondas de Kelvin convectivamente acopladas (CCKW) têm um papel relevante na organização da convecção sobre a Amazônia. Estas ondas são mais ativas durante as estações de transição (primavera e outono austral), com picos em novembro e março. A estrutura vertical observada nos dados de radiossondagem e reanálise confirma a presença de uma estrutura vertical associada ao chamado segundo modo baroclínico, documentada em trabalhos anteriores. As ondas de Kelvin propagam-se relativamente rápido no Pacífico oriental (~24.0 m s-1) desaceleram-se na América do Sul tropical (~13.5 m s-1) e continuam sua propagação para leste sobre o Atlântico tropical com velocidade média de ~20.5 m s-1. Dois principais tipos de ondas Kelvin são encontrados sobre a Amazônia: ondas Kelvin com precursor do Pacífico que se propaga para a Amazônia e ondas Kelvin com um precursor na própria América do Sul. As ondas de Kelvin associados com a convecção preexistente no Pacífico oriental são responsáveis por cerca de 35% do total de eventos. Já os casos com o precursor da América do Sul estão associados aos trens de ondas extratropicais, responsáveis pelo 40% do número total de eventos, ou pela convecção ``in situ que localmente excita as ondas de Kelvin responsáveis pelos 25% restantes. Os resultados mostram uma influência marcante da variabilidade interanual na atividade das ondas Kelvin associadas a diferentes precursores. Ondas de Kelvin com o precursor do Pacífico são mais proeminentes durante anos El Niño enquanto que um numero inferior de ondas de Kelvin são iniciadas por precursores extratropicais da América do Sul. Outros mecanismos locais de disparo das ondas de Kelvin também podem ser identificados. Esses mecanismos estão associados a: 1) trens de onda de Rossby extratropical, com propagação para o equador mais para o oeste comparados aos casos com precursores extratropicais de América do Sul; 2) resposta à presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) sul e/ou dupla e; 3) iniciação por convenção local associadas à propagação para oeste das ondas de gravidade-inercial para oeste (WIG) na Amazônia. As linhas de instabilidade, como são sugeridas neste trabalho, em muitos casos poderiam corresponder às ondas de gravidade-inercial para oeste. |