Política de crédito rural e a subordinação da agricultura ao capital, no Brasil, no período de 1970-75

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1984
Autor(a) principal: Reydon, Bastiaan Philip
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20220207-193413/
Resumo: O presente estudo procura analisar o papel exercido pela política de crédito agrícola nas transformações do setor rural durante a primeira metade da década de 70, observando-se basicamente como estas transformações viabilizam o processo de subordinação da agricultura ao capital, isto é, como surgiu na agricultura um profícuo espaço de aplicação de capitais. Utilizamos, para este estudo, outras análises sobre a questão e suas fundamentações teóricas; a apreciação de tabelas e gráficos; e métodos estatísticos tais como: correlações, regressões simples e múltiplas e o método de componentes principais. Pudemos observar inicialmente que houve na agricultura brasileira, no período 1970 a 1975, um intenso processo de elevação do uso de tecnologia moderna, havendo indicações de que o crédito rural tenha sido o grande indutor destas transformações. O maior uso de tecnologia parece ter estado intimamente ligado à elevação da produtividade por homem empregado e aos grandes estabelecimentos, apesar de ter havido modernização entre pequenos estabelecimentos. Evidenciamos que a expulsão do homem do campo, o aumento da concentração da posse de terra, mudanças na utilização da força de trabalho (surgimento do bóia-fria) e a acentuada elevação do preço da terra, foram, entre outras, as principais conseqüências do processo de modernização da agricultura brasileira. Fato que mereceu destaque no estudo foi a acentuada elevação do preço da terra rural no período 69/75, dada a importância que esta variável assume no setor rural e na interação com a economia como um todo. Constatou-se uma intensa relação entre a recente elevação do preço da terra rural e o crédito rural concedido. O estudo da acentuada elevação do preço da terra nos indica que esta se origina tanto de um processo especulativo com terras e com crédito, quanto da elevação da utilização de tecnologia, que também ocorre com uma intensa participação da política creditícia. Pudemos observar, ainda, que a acentuada elevação do preço da terra acabou por ser um importante catalizador do aumento da concentração da posse da terra e da riqueza na agricultura brasileira. Por fim, pudemos concluir que tanto a modernização da agricultura, quanto suas principais consequências tem sido um importante elemento para o processo de subordinação da agricultura ao capital, no sentido de viabilizar o campo como um espaço da reprodução e da ampliação do capital.