Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Cavalcanti, Thereza Taylanne Souza Loureiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-23082020-141734/
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Resumo: |
O mosaicismo 45,X/46,XY e suas variantes são alterações cromossômicas do desenvolvimento sexual raras, com incidência estimada de 1,7/10.000 gestações. Representam a segunda maior causa de anomalias genitais, em um espectro que vai do completamente virilizado à genitália feminina, com gônadas histologicamente discordantes ou disgenéticas e estigmas da síndrome de Turner. Não estão bem estabelecidos os fatores determinantes para a perda parcial dos cromossomos sexuais. O objetivo deste estudo foi comparar o cálculo relativo do número de cópias do gene TSPY de 95 homens, com o de pessoas com mosaicismo 45,X/46,XY; e correlacionar características clínicas destes indivíduos mosaico ao percentual de células da linhagem 45,X detectado em cariótipo de sangue, ao percentual relativo de células com o gene SRY e ao número de cópias do gene TSPY. Realizou-se um estudo analítico transversal, a partir de dados de homens residentes na região (Cruz (2018); e de prontuário hospitalar de 34 pacientes diagnosticados com mosaicismo 45,X/46,XY, atendidos entre os anos de 1973 e 2019 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, bem como de amostras de DNA extraídas do sangue de 21 destes. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial (p<0,05). As amostras foram testadas preliminarmente para presença dos genes DAZ, SRY e TSPY, e seus respectivos controles endógenos, por PCR convencional. A análise relativa do número de cópias do gene-alvo de múltiplas cópias (TSPY), do gene de cópia única (SRY), e do gene de dupla cópia autossômica (GAPDH) foi realizada em triplicata, por PCR quantitativa, utilizando Power SYBR® Green PCR Master Mix. A idade dos pacientes ao diagnóstico citogenético se relacionou fortemente à idade do estudo molecular. Registrou-se baixo peso ao nascer em 25% destes. A estatura final mediana foi abaixo do percentil 3 da população brasileira, inclusive quando avaliados separadamente por sexo de criação. Foram relatadas cardiopatias em 31,5% dos pacientes; e anomalias renais, em 21% destes. Metade dos pacientes foi submetida à análise histológica gonadal, 82,4% por gonadectomia, e 17,6% por biópsia gonadal; em 14,3% destes se detectou gonadoblastoma, um dos quais com seminoma coexistente. A idade mediana da gonadectomia foi de 13 anos; 16 anos para o fenótipo Turner; e 2 anos para os pacientes com subvirilização da genitália. Pacientes com fenótipo genital externo mais virilizado (escore de masculinização externa, EMS > 7) não foram submetidos à gonadectomia, apenas a seguimento clínico. Os achados histológicos gonadais foram os seguintes, isolados ou combinados: gônada disgenética, estroma ovário-like sem fóliculos ovarianos, aplasia de células germinativas (Sertoli-only), testículo disgenético e testículo diferenciado. A categoria do EMS se relacionou fortemente com a dos órgãos genitais internos (p<0,01), e com o sexo de criação (p<0,01); e moderadamente com a realização de gonadectomia (p<0,01). A idade mediana à coleta do cariótipo foi de 24 anos, entre os que não foram gonadectomizados; e de 9 anos, entre os que foram; neste grupo, ambas as idades se relacionaram fortemente (p<0,01). O percentual de células da linhagem 45,X se relacionou positivamente com o fenótipo Turner (p=0,02). A idade média à coleta do DNA dos pacientes foi semelhante à do grupo controle. O grupo de pacientes apresentou percentual relativo de SRY estatisticamente menor que o do grupo controle (p<0,01). Não houve diferença entre o nTSPY de ambos os grupos (p=0,99). Entre os pacientes, o %SRY se relacionou fortemente à proporção de células da linhagem 45,X (ρ 0,78; p<0,01). Não houve relação significativa entre o %SRY com o nTSPY nem com outras variáveis estudadas. A demonstração da relação entre %SRY e o percentual de células da linhagem 45,X é inédita. O estudo do SRY por PCR quantitativo poderia ser considerado como complemento ao estudo citogenético. |