Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Meira, Joanna Goes Castro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-11072014-093423/
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Resumo: |
As fissuras orais são as malformações craniofaciais mais freqüentes ao nascimento e apresentam incidências variáveis entre as diversas populações. Essas fissuras são subdivididas em dois grupos principais, as fissuras labiais com ou sem fissura de palato (FL±P) e as fissuras palatinas (FP), consideradas entidades distintas do ponto de vista embriológico, epidemiológico e etiológico. Estas malformações podem ser classificadas em sindrômicas ou não sindrômicas (NS) a depender da existência de outras alterações clínicas associadas. Para as FL±PNS e FPNS, o padrão de herança multifatorial e o modelo “doenças comuns-variantes comuns” foram propostos. Diversos estudos têm sido realizados na tentativa de se identificar os fatores genéticos de predisposição a estas malformações, particularmente para as FL±PNS. Entre estes fatores, o IRF6, comprovadamente associado à síndrome de Van der Woude (SVW), é um gene candidato associado às fissuras NS. Em algumas situações, a SVW torna-se clinicamente indistinguível das fissuras não sindrômicas, o que pode dificultar o aconselhamento genético destas famílias afetadas por fissuras. A associação entre FL±P e variantes comuns no IRF6 tem sido observada em vários estudos em diferentes populações, porém os resultados obtidos não explicam a alta herdabilidade das FL±P. Frente a este quadro, foi proposto mais um modelo genético para as fissuras NS, o modelo de “doenças comuns-variantes raras”. Diante destas questões, o presente trabalho foi realizado para tentar avaliar o impacto fenotípico de variantes no IRF6 em famílias com fissuras NS, através da verificação da ocorrência de mutações patogênicas, do tipo perda de função no IRF6, causativas da SVW entre casos não sindrômicos e da identificação da associação de variantes do IRF6 raras e comuns à predisposição de fissuras NS em casos familiais. Para testarmos estas hipóteses, foi realizado o sequenciamento do IRF6 em 304 pacientes com fissuras orais, não relacionados entre si, e com história familiar positiva para fissuras. Os resultados foram comparados com controles da população brasileira e com bancos de dados internacionais. A avaliação dos resultados sugere uma freqüência de aproximadamente 1% de mutações patogênicas para SVW entre os casos não sindrômicos familiais. Foram também encontradas variantes novas raras, de significado clínico ainda desconhecido, em 3,3% dos casos e observamos um excesso de variantes na região 5\'UTR entre os fissurados sugerindo que estas tenham um efeito funcional na regulação do IRF6 e eventual envolvimento com a ocorrência das fissuras orais NS. Além disso, foram detectadas novas associações com fissuras NS entre as variantes comuns já conhecidas. Além da análise mutacional do IRF6 entre pacientes com FL±P e FP, estudamos as FP isoladamente, com o objetivo de verificar a contribuição genética nas fissuras palatinas não sindrômicas, através de um estudo epidemiológico. Entende-se que estes estudos podem fornecer informações relevantes para o delineamento de estudos genéticos e para associações com possíveis fatores ambientais predisponentes à malformação. Entretanto, há um número limitado de estudos epidemiológicos sobre FP na literatura e em particular no Brasil, por isso, objetivamos estimar dados relacionados à consanguinidade, risco de recorrência e herdabilidade das FPNS a partir de uma amostra de 331 casos de FPNS na população brasileira. A frequência de casamentos consanguíneos foi semelhante à da população controle e os riscos de recorrência para irmãos dos probandos (∼1,5%) foi menor que o estimado na literatura mundial. Foi estimada uma herdabilidade de 95,81%, o que sugere grande atuação de componentes genéticos na etiologia das FP nesta população. Estes resultados sugerem a validade de maiores estudos na identificação dos fatores genéticos para as FPNS e demonstram a importância de se estudar o efeito dos diversos tipos de variantes no IRF6 em pacientes com fissuras orais |