Estudo e prevalência de bexiga neurogênica em pessoas com lesão medular traumática e não traumática no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Martins, Giovana Pelosi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-15122021-081931/
Resumo: A bexiga neurogênica, frequentemente associada à lesão medular de causa traumática e não traumática, é uma disfunção vesical decorrente de alterações no sistema nervoso. Este estudo investigou e analisou a bexiga neurogênica, sua prevalência e manejo em pessoas com diagnóstico de lesão medular traumática (LMT) e não traumática (LMNT) em uma rede de hospitais de reabilitação. Tratou-se de um estudo quantitativo, transversal, exploratório, descritivo e analítico. Para responder à questão central do estudo, foi selecionada uma amostra com 954 participantes, probabilística, aleatória estratificada, das seis unidades da rede participantes do estudo, com dados coletados diretamente dos prontuários eletrônicos. A prevalência de bexiga neurogênica foi de 94,65% (n=903), 67% tinham diagnóstico de lesão medular traumática e 33% de lesão medular não traumática, 69,32% eram homens e 30,68%, mulheres, com média de idade de 46,12 anos (DP=13,26). O cateterismo vesical intermitente foi a principal forma de esvaziamento (66,11%), e a maioria realizava o autocateterismo intermitente (74,04%). A micção voluntária foi associada ao tipo de lesão, sendo mais prevalente entre os participantes com LMNT (p≤0,001, Teste Qui-quadrado). Para investigação urológica, 93,36% realizaram exames de ultrassonografia renal e vias urinárias e 87,82%, estudo urodinâmico. A irregularidade da parede vesical (p≤0,029, teste Qui-quadrado de Pearson), o espessamento vesical (p ≤ 0,001, teste Qui-quadrado de Pearson) e a hiperatividade detrusora (p≤0,009, teste Qui-quadrado de Pearson) também apresentaram diferença estatística de acordo com o tipo de lesão, mais prevalentes nos participantes com LMT. Assim como a dilatação pielocalicinal, mais prevalente nos participantes com LMNT (p≤0,025, teste Qui-quadrado de Pearson). Os participantes com LMT apresentaram maior pressão detrusora média, 38,73cmH2O vs. 30,17cmH2O do que os com LMNT (p ≤ 0,001, teste de Mann- Whitney). Sabe-se que a bexiga neurogênica de pessoas com lesão medular traumática tende a apresentar maior número de complicações e maior risco para o trato urinário superior, principalmente quando há relação com a presença de pressão elevada, baixa complacência e capacidade vesical reduzida. Este estudo evidenciou diferenças importantes entre o perfil de pessoas com lesão medular traumática e não traumática, mostrando a necessidade do manejo personalizado de acordo com a causa da lesão medular.