Realismo negativo: estética e política no cinema de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Martins, Dalila Camargo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-15082023-154305/
Resumo: O presente trabalho propõe o conceito de realismo negativo para tratar da estética e da política no cinema de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub. Constatamos o surgimento recente de uma vulgata huillet-straubiana segundo a qual haveria uma transição entre um dispositivo dialético e um dispositivo lírico nos filmes huillet-straubianos, a partir do final da década de 1970, que implicaria uma mudança ideológica de um marxismo brechtiano a um comunismo ecológico. Primeiro, criticamos essa interpretação, distinguindo o que nela há de falso (abandono da tradição dialética) e verdadeiro (relação entre estética e política a partir do sensível). Depois, por meio de análises fílmicas (Lições de história, 1972; Introdução a Música de acompanhamento para uma cena de cinema de Arnold Schoenberg, 1972; Crônica de Anna Magdalena Bach, 1968; Da nuvem à resistência, 1979; Cedo demais / tarde demais, 1982; Cézanne, 1989) e contextualizações da postura peculiar de Huillet-Straub em debates estéticos e políticos do cinema moderno (politique des auteurs, Autorenfilm e realismo revelatório), mostramos como sua obra, definida pelo que chamamos de espectatorialidade libertária, primado do material e técnica de crueza, designa um realismo negativo que orienta uma experiência na qual se justapõem sensibilidade e reflexão, crítica e práxis.