Psilídeos (Hemiptera: Psylloidea) associados a olerícolas e estudo das interações com suas plantas hospedeiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Kuhn, Taciana Melissa de Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-26072018-110809/
Resumo: Os psilídeos (Hemiptera: Psylloidea) são insetos sugadores de floema que se destacam como vetores de bactérias associadas a doenças emergentes em várias culturas agrícolas, como \'Candidatus Liberibacter solanacearum\' (CaLsol), que afeta batata, cenoura e tomate na América do Norte e Central, Europa, África e Nova Zelandia. Estudos recentes mostram associações de CaLsol com diversas espécies de olerícolas e psilídeos vetores, sugerindo a existência de mais interações do que as atualmente conhecidas. No Brasil, ainda não há registros de CaLsol nem dos psilídeos já conhecidos como vetores. Embora Psylloidea seja um grupo diversificado, apenas 89 espécies encontram-se identificadas no Brasil, sendo a maioria delas em áreas de floresta, havendo poucas informações sobre psilídeos em olerícolas. Assim, os objetivos do presente trabalho foram: 1) Avaliar a diversidade de espécies de Psylloidea associadas a cultivos de olerícolas na região Centro-Sul do Brasil, buscando-se identificar a ocorrência de espécies vetoras ou potenciais vetoras de CaLsol; 2) Avaliar a preferência hospedeira, sobrevivência e desenvolvimento de duas espécies de psilídeos associados a olerícolas, Russeliana capsici Burckhardt e R. solanicola Tuthill, em diferentes espécies vegetais que poderiam atuar como hospedeiras de CaLsol ou dos vetores; 3) Caracterizar o comportamento alimentar de adultos e imaturos de R. solanicola em plantas com diferentes níveis de adequação para o seu desenvolvimento, usando a técnica Electrical Penetration Graph (EPG). No levantamento realizado com métodos diretos (rede entomológica, batida de planta e inspeção visual) e indiretos (bandeja amarela com água) em várias localidades de seis estados brasileiros, foram encontrados 2813 exemplares de psilídeos, pertencentes a 7 famílias e 20 gêneros, com maior frequência de R. solanicola (95,1%), R. capsici (91,6%) e Isogonoceraia divergipennis (85,4%) em Daucus carota, Capsicum annuum (pimenta) e Solanum tuberosum, respectivamente. Observaram-se imaturos de R. capsici em C. annuum, e de R. solanicola em D. carota e na planta espontânea Parthenium hysterophorus. Em ensaios de escolha, houve preferência para pouso e oviposição de R. solanicola em D. carota e P. hysterophorus, e de R. capsici em C. annuum, Nicandra physalodes e S. americanum. Observou-se desenvolvimento completo (ovo-adulto) de R. solanicola em D. carota, S. tuberosum, N. physalodes, P. hysterophorus, e Bidens pilosa, enquanto que R. capsici mostrou especificidade hospedeira, desenvolvendo-se apenas em C. annum (pimentão e pimenta). O estudo de EPG mostrou que ninfas e adultos de R. solanicola atingem o floema tanto em plantas hospedeiras (D. carota e P. hysterophorus) como em não hospedeiras (C. annuum e S. lycopersicum), mas com variações significativas em parâmetros de atividade estiletar que permitem diferenciar o comportamento alimentar nas diferentes espécies vegetais. Os estudos demonstram uma íntima associação de R. solanicola e R. capsici com cultivos de olerícolas e seu potencial como vetores de CaLsol, em caso de introdução deste patógeno no Brasil.