Distribuição geográfica e taxonomia do capim gordura (Melinis minutiflora Beauv.)

• Ano de defesa: 1975
• Autor(a) principal: Oliveira, Eloah Maria Pacheco de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: CAPIM GORDURA; DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA; TAXONOMIA
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20240301-152720/

Considerando-se a grande importância de plantas forrageiras para a pecuária, visando-se ao aumento da produtividade animal, e a falta de conhecimentos básicos ainda existente sobre as principais forrageiras utilizadas no Brasil, entre as quais o capim gordura (Melinis minutiflora Beauv.), foi desenvolvido o presente trabalho, com os seguintes objetivos: 1. Estabelecimento da área de distribuição geográfica do capim gordura, levando-se em consideração as áreas fitogeográficas e ecológicas onde ocorre, através do mundo todo e, mais particularmente, no Brasil; 2. Identificação e caracterização taxonômica de variedades e ecotipos. Os principais resultados e conclusões obtidos foram os seguintes: - Através da revisão da literatura, estabeleceu-se a área de distribuição geográfica do capim gordura. Ocorre em regiões tropicais e sub-tropicais, entre 30° de latitudes norte e sul. A leste da África apresenta-se a maior concentração de variedades e formas selvagens e provavelmente é nessa área que se encontra o centro de origem de Melinis minutiflora; - O Brasil seria um centro secundário de dispersão da espécie, a partir do qual Melinis minutiflora foi introduzido em outros países americanos, em Marrocos e na Austrália; - No Brasil a principal limitação ao cultivo do capim gordura seria o frio, a partir do sul do Estado do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Outros fatores limitantes seriam excessiva falta de água e o uso do fogo, mas o material parece apresentar variabilidade suficiente para que se consiga seleção de variedades resistentes a esses fatores; - Na identificação e caracterização taxonômica de variedades e ecotipos, foram estudadas plantas provenientes de coletas realizadas em 3 regiões: sul de Minas Gerais, Vale do Paraíba e Franca. A análise citológica do material mostrou em todas as plantas examinadas o número cromossômico 2n=36, o que seria esperado, de acordo com a literatura consultada. Não houve, também, diferenças quanta ao tamanho dos cromossomos; - Comparando-se plantas oriundas das 3 regiões quanto a 11 caracteres medidos, verificou-se que o material possui grande variabilidade fenotípica, principalmente comparando-se plantas entre pastos e entre regiões; - Plantas dentro de um mesmo pasto apresentaram relativa uniformidade fenotípica, o que parece ser uma indicação da necessidade de se coletar plantas de diversas procedências, ao ser iniciado um programa de melhoramento, a fim de se garantir uma boa fonte de variabilidade; - Nas plantas provenientes das 3 regiões, o florescimento ocorreu praticamente na mesma época, abrangendo a 2ª quinzena do mês de maio, e a 1ª quinzena do mês de junho. O florescimento simultâneo dos diferentes "tipos" de capim gordura é de grande importância, pois permite que a polinização, ou cruzamento, ocorram livremente entre plantas; - Os espécimes estudados puderam ser classificados corro pertencentes a duas variedades: Cabelo de Negro e Roxo, segundo suas características fenotípicas; - Nas 3 regiões consideradas, a variedade Cabelo de Negro ocorreu em proporção bem menor que a variedade Roxo; - O capim gordura Francano, ao que tudo indica, constitui um ecotipo mais vigoroso da variedade Roxo, melhor adaptado às condições ambientais da região de Franca; - Pelos resultados deste estudo, verifica-se grande variabilidade existente em M. minutiflora, dando oportunidade a que futuros trabalhos sejam realizados, visando ao melhoramento desta forrageira.