Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Pacheco, Reinaldo Tadeu Boscolo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-26032014-143615/
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Resumo: |
Os grandes aglomerados urbanos ressentem-se da falta de espaços públicos para o usufruto do lazer. As políticas públicas nesse setor não são priorizadas. Na tentativa de suprir tais carências, acontecem intervenções estatais usando o único espaço público disponível em muitas regiões: a escola. Promovendo sua abertura aos finais de semana para diversas atividades, o Estado busca responder a uma demanda social por lazer, fazendo uso de um discurso de contenção de violência escolar e urbana por intermédio da ocupação social dos jovens das classes populares. Essa forma de intervenção revela uma idéia de controle social por meio do lazer, descaracterizando-o como direito social para qualquer cidadão. Além disso, as escolas que são objeto de intervenção não conseguem desenvolver um projeto autônomo, articulado com seu projeto pedagógico e sua realidade cotidiana. Dessa forma, não há articulação entre os processos de educação formal e não-formal. A falta de autonomia da unidade escolar e o precário processo de democratização das relações internas impedem a participação e o controle por parte da população do que é realizado na escola pública, que se torna refém de processos alheios à realidade local. A estrutura material e profissional precária impede que o programa possa qualificar as atividades desenvolvidas e os educadores, que atuam nas escolas aos finais de semana, não recebem o treinamento e a capacitação necessários para desenvolverem um programa educativo. As atividades desenvolvidas não passam por um processo de reflexão sobre seus aspectos educativos e reproduzem, em muitos casos, as demandas próprias da indústria cultural. Além disso, não são desenvolvidos mecanismos que façam interagir as políticas públicas no campo da educação, do lazer, da cultura e do esporte. Observou-se que a criação desses programas responde muito mais às demandas de enquadramento social dos jovens do que de garantia de acesso a espaços de sociabilidade e lazer para todos os cidadãos. Não há sustentabilidade possível de programas de lazer que façam uso das escolas públicas se não houver um investimento condizente com a necessidade de qualificação do que é desenvolvido, de controle por parte da sociedade civil e de articulação com o que deveria ser a finalidade da escola pública: educar para a emancipação e para a construção de uma sociedade democrática e socialmente justa. |