O que os estudantes pensam e esperam de seus professores?: uma análise qualitativa das concepções de aprendizagem e de ensino de estudantes do nível médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ishii, Ione
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-18052010-113304/
Resumo: Em 1974, Marton e Säljö introduziram conceitos qualitativos para as posturas de aprendizagem de estudantes universitários, através de uma atividade de leitura. Os resultados mostraram a presença de duas posturas de aprendizagem para o cumprimento das atividades: uma delas denominada de profunda, onde os estudantes consegue estabelecer relações com o conhecimento prévio, compreendendo de forma profunda o significado do texto; a segunda, denominada de superficial, foi adotada por estudantes preocupados apenas em reter informações, sem que conseguissem estabelecer qualquer tipo de relação com outros conhecimentos. Inspirados por esse trabalho, outros autores começaram a avaliar a presença dessas posturas em diversos países, culturas e estruturas de ensino, e sempre verificaram a presença das posturas profunda e superficial, onde os estudantes profundos obtinham melhores resultados de aprendizagem. Em trabalhos de cunho qualitativo, como os desenvolvido por Biggs, outra categoria foi encontrada e denominada de estratégica. Os estudantes presentes nesse grupo, assumem motivações e estratégias para a obtenção de bons resultados escolares. Considerando as diferenças entre esses grupos de estudantes, procuramos, primeiramente, identificá-los dentre um grupo de 302 alunos da terceira série do Ensino Médio de uma Escola Pública da zona oeste da cidade de São Paulo. Inspirados pelo trabalho de Biggs e pela metodologia LPQ, desenvolvi um instrumento modificado para essa classificação. Identifiquei dez estudantes com postura profunda à aprendizagem (4 do diurno e 6 do noturno), 34 com postura estratégico-profunda (18 do diurno e 16 do noturno) e 258 indefinidos (170 do diurno e 88 do noturno). A partir da identificação dos estudantes profundos e estratégico-profundos, avaliou-se que qualidades são esperadas do bom professor por esses alunos. Os resultados mostram que os estudantes profundos valorizam um professor profissional compromissado, dedicado, com sólida formação específica e pedagógica, e que compreende as diferenças entre os estudantes, é atencioso, repeitoso, amigável. Os demais estudantes, além das características anteriores, valorizam um rigor relacionado à disciplina e à exigência das atividades de avaliação.