Determinação de endocanabinóides e canabinóides em amostras biológicas de pacientes com a doença de Parkinson por cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada à espectrometria de massas em tandem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marchioni, Camila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/tde-24052019-143811/
Resumo: Os endocanabinóides são neurotransmissores derivados do ácido araquidônico que se ligam aos receptores canabinóides participando de diversas funções cerebrais, tais como memória, aprendizado e controle motor. Os principais endocanabinóides são a anandamida (AEA) e o 2-araquidonilglicerol (2-AG). A Doença de Parkinson (DP) é considerada a segunda patologia neurodegenerativa mais comum na população, sendo caracterizada pela redução da influência dopaminérgica. Indícios mostram um aumento de AEA e uma diminuição nos níveis de 2-AG em pacientes portadores da DP e em modelos animais induzidos ao parkinsonismo. O canabidiol (CBD) é um promissor fármaco para o tratamento da DP, pois acredita-se que apresenta um efeito neuroprotetor na degeneração de neurônios dopaminérgicos. Entretanto, o uso do ?9-Tetraidrocanabinol (?9-THC) não é indicado, pois pode apresentar efeitos psicotrópicos e dependência. A cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas em tandem (HPLC-MS/MS) tem sido considerada a técnica analítica de referência para a determinação de endocanabinóides e canabinóides em amostras biológicas. A cromatografia líquida no modo column switching permite a automação das análises através da hifenação da etapa de preparo de amostras biológicas (pré-concentração dos analitos e remoção de grande parte dos componentes endógenos) com o sistema cromatográfico (separação cromatográfica e detecção). Neste contexto, dois métodos analíticos online utilizando o UHPLC-MS/MS no modo column switching foram desenvolvidos para determinação de (a) AEA e 2-AG; (b) CBD e ?9-THC em amostras biológicas de pacientes com DP. Os endocanabinóides foram determinados em amostras de plasma e de líquido cefalorraquidiano (LCR). O método UHPLC-MS/MS no modo column switching para determinação dos endocanabinóides com uma coluna de material de acesso restrito na primeira dimensão apresentou linearidade entre 0,100 (LIQ) a 6,00 ng mL-1 para AEA e 0,04 (LIQ) a 10,00 ng mL-1 para 2-AG nas amostras de plasma. Para as amostras de LCR a faixa linear foi de 0,45 (LIQ) a 9,00 ng mL-1 para AEA e 1,40 (LIQ) a 180 ng mL-1 para o 2-AG. Os valores de exatidão ficaram abaixo de 14,2% e de precisão abaixo de 11,1% (excluindo LIQ) para os dois analitos. Os métodos não apresentaram efeito residual e nem efeito matriz. Os analitos mostraram ser estáveis após ciclos de congelamento/descongelamento e no teste a curto e longo prazo. Estes métodos foram empregados para análise 70 amostras de plasma e 66 de LCR. Para a determinação (UHPLC-MS/MS no modo column switching) de CBD e ?9-THC em amostras de plasma foi sintetizada a fase molecularmente impressa (MIP) monolítica em capilar de sílica fundida (in situ). A síntese apresentou boa rentabilidade utilizando pequena massa da molécula molde (CBD reduzido). O método online, utilizando o capilar MIP na primeira dimensão, apresentou linearidade entre 10 e 300 ng mL-1 (CBD e ?9-THC). A precisão variou entre 0,2 e 10,3% para os dois analitos e a exatidão foi inferior a 4,4% (excluindo o LIQ). O efeito residual e o efeito matriz ficaram dentro dos parâmetros estabelecidos pela ANVISA. Por fim, o método foi aplicado satisfatoriamente na determinação de CBD e ?9-THC em amostras de plasma de pacientes em terapia com CBD