Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Lucas Carpinelli Nogueira da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-03052017-085304/
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Resumo: |
Entre 1855 e 1862 o físico e fisiologista Hermann von Helmholtz dedicou-se primariamente a questões relativas à física e fisiologia acústicas, e à aplicação dos resultados obtidos à epistemologia da música e à estética musical. Ainda que tais investigações tenham sido desenvolvidas por período restrito, seus principais frutos cuja apresentação mais completa se encontra na obra de 1863 Die Lehre von den Tonempfindungen als physiologische Grundlage für die Theorie der Musik (que traduziríamos por A doutrina das sensações tonais como uma base fisiológica para a teoria da música) tiveram impacto imediato e duradouro sobre a musicologia ocidental. Em um primeiro momento, o presente trabalho objetiva analisar os antecedentes filosófico-científicos que orientaram tal empreitada, bem como a metodologia empregada na mesma; isso a fim de podermos, em um segundo momento, abordar criticamente a forma como Helmholtz aplica seus resultados ao âmbito da estética musical. Afinal, ao fixar deterministicamente causas físicas e fisiológicas para noções eurocêntricas de musicalidade, não estaria Helmholtz operando certa naturalização dos sistemas de organização tonal imperantes em sua conjuntura histórico-cultural em detrimento de sistemas oriundos de outros períodos e culturas, amiúde dotados de critérios distintos de ordenação sonora? O trabalho proposto ganha em complexidade na medida em que a musicologia de Helmholtz, particularmente em sua dimensão epistemológica, não se mostra inteiramente insensível a riscos dessa espécie. Assim, figura entre nossos objetivos avaliarmos em que medida tal musicologia, de grande rigor científico, é capaz de coexistir com sistemas musicais que escapem às diretrizes estéticas que busca naturalizar. Seríamos mesmo racionalmente compelidos a adotar, como parece tacitamente sugerir a obra de Helmholtz, uma espécie de hierarquia valorativa no que toca aos sistemas musicais de diferentes períodos e culturas? Dentre tais sistemas, seriam alguns verdadeiramente mais aptos que os demais em plasmar uma suposta musicalidade universal? Acreditamos que, por meio de investigação renovada do nó epistêmico presente na percepção musical na qual se veem entretecidas considerações de natureza física, fisiológica, psicológica e filosófica , algumas distinções possam ser esboçadas entre fatores determinantes necessários (físicos e fisiológicos e, portanto, transculturais) e contingentes (biográfico-culturais) da mesma, e o problema devidamente atacado. |