Neogolpismo na América Latina: uma análise comparativa do Paraguai (2012) e do Brasil (2016)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Estrada, Paola
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-17122019-153041/
Resumo: O termo Neogolpismo tem sido crescentemente utilizado para caracterizar os Golpes de Estado da América Latina no século XXI, em comparação com os Golpes militares ocorridos nas décadas de 1960 e 1970. Desde o ano de 2002, foram ao menos sete tentativas contra governos progressistas, três frustradas Venezuela (2002), Bolívia (2008) e Equador (2010) e quatro exitosas Haiti (2004), Honduras (2009), Paraguai (2012) e Brasil (2016). Todos os casos possuem características, motivações e procedimentos muito similares entre si, que conformam um novo fenômeno a ser estudado. Nesse sentido, o objetivo principal desta pesquisa foi aprofundar a caracterização do Neogolpismo na América Latina através da comparação entre o caso do Paraguai e do Brasil. A metodologia foi baseada em pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas. Identificaram-se os seguintes traços comuns nos dois casos: foram antecedidos por conflitos entre classes e frações de classe dos dois países; foram liderados por civis, que instrumentalizaram instituições do Estado, tal como o poder legislativo, para conferir aparência de legalidade às destituições arbitrárias; contaram com participação ativa de grandes empresas de comunicação; contaram com participação ativa de grupos de direita locais (tradicionais ou renovados) em conflito com grupos progressistas ou de esquerda; ambos tiveram uma dimensão internacional em comum, com aparente ausência de participação de uma grande potência internacional, ainda que ficou evidente que os governos posteriores aos Golpes promoveram um realinhamento de suas políticas externas aos interesses dos EUA para a América Latina.