Programa de Leitorado: diálogo entre política linguística externa e formação de professores de PFOL no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Leilane Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-23052018-103602/
Resumo: A globalização, deflagrada pelos navegadores da Renascença, trouxe à tona, dentre outras coisas, o movimento de internacionalização idiomática. Atualmente, como parte das políticas linguísticas externas de muitos estados-nação, o referido processo é encarado como pertencente a um mercado de línguas (CALVET, 2002), dentro do qual são produzidos e comercializados bens e serviços ligados aos diferentes idiomas do mundo. O governo brasileiro, por sua vez, no âmbito do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores (MRE), mantém a Rede Brasil Cultural, por meio da qual promove planejamentos diversos no sentido de internacionalizar o idioma oficial nacional. Dentre eles, está o Programa de Leitorado política datada de 1960 e cuja principal ambição é divulgar a língua e a cultura do Brasil em universidades do exterior, contando para isso com profissionais (professores-leitores) selecionados via edital, por meio de parceria entre a Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o MRE. Nesse contexto, a presente tese volta-se ao objetivo de revelar o que o perfil profissional de ex-leitores e as experiências de cada um deles sugerem à prática de internacionalização idiomática desenvolvida pelo Programa de Leitorado, bem como à formação brasileira de professores de português para falantes de outras línguas (PFOL). Para isso, a linha metodológica, abrigada no âmbito da pesquisa qualitativa, organizou-se a partir da realização de entrevistas, pesquisas documentais, aplicação de questionário e análise discursiva semiolinguística. De modo geral, mediante um contexto de desprofissionalização da docência, a discussão gerou a percepção de que pontos de fragilidade caracterizam a execução do Programa de Leitorado, o que também esclareceu a existência de demandas relativas a reconfigurações. Partindo disso, do objetivo estabelecido pelo MRE para o Programa de Leitorado, bem como dos discursos de ex-leitores, de suas sugestões e dos dilemas relatados quanto à experiência de ser leitor brasileiro, o trabalho termina com a proposição de um curso voltado à formação de futuros leitores, o que diz respeito tanto a uma tentativa de ampliar as capacidades dessa política quanto de repensar a formação de professores de PFOL em solo nacional.