Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Rosenblatt, Alberto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-27022013-115309/
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Resumo: |
A obesidade está associada com um perfil hormonal reprodutivo alterado que afeta ambos os sexos. A perda de peso decorrente de intervenções cirúrgicas normaliza os níveis androgênicos nos indivíduos masculinos no curto prazo, porém nenhum estudo avaliou se estas alterações são duradouras, e se estão relacionadas a uma melhora da qualidade de vida sexual destes indivíduos. Objetivos: Avaliar o comportamento dos hormônios sexuais masculinos e a qualidade de vida sexual nos indivíduos obesos graves que perderam peso após a cirurgia bariátrica, em um seguimento pós-operatório cinco anos. Materiais e Métodos: Realizou-se um estudo prospectivo e observacional com 52 pacientes, que foram divididos em três grupos. O grupo operado compreendeu 23 indivíduos obesos graves que foram submetidos à cirurgia bariátrica há mais de cinco anos na Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O grupo obeso controle era formado de 14 indivíduos obesos (IMC 30 kg/m2) atendidos no ambulatório da mesma instituição. O grupo controle não-obeso foi composto de 15 indivíduos com IMC < 30 kg/m2 selecionados de um ambulatório de urologia geral. Foram avaliados parâmetros antropométricos (índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal, volume testicular, ginecomastia e pressão arterial), exames bioquímicos, análise hormonal (incluindo testosterona total (TT), testosterona livre (TL), globulina ligadora dos hormônios sexuais (SHBG), sulfato de dehidroepiandrosterona (SDHEA), dehidroepiandrosterona (DHEA), hormônio folículo-estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), estradiol (E2), prolactina, hormônio tireoestimulante (TSH), tiroxina (T4) e leptina), e questionários validados IIEF e AMS. O protocolo foi aplicado entre agosto de 2010 e janeiro de 2011. Resultados: A idade média (dp) dos participantes foi 47.6 ± 12.6, 53.1 ± 8.7 e 51.4 ± 9.8, respectivamente, o IMC nos pacientes operados reduziu de 59.8 ± 12.1 kg/m2 para 35.1 ± 7.7 kg/m2 (P<0.001), e o percentual de perda do excesso de peso médio foi de 71%. Nos três grupos, respectivamente, foram encontrados os seguintes valores hormonais relevantes, sendo que os demais hormônios não se mostraram diferentes (média ± dp): TT- 534.2 ± 231.4, 297.0 ± 110.3 e 494.7 ± 143.3 (P=0.001); TL - 349.4 ± 169.2, 243.3 ± 75 e 378.8 ± 147.6 (P=0.03); SHBG - 48.8 ± 23.8, 23.5 ± 8.3 e 32.8 ± 15.7 (P=0.001); insulina - 7.9 ± 6.5, 17.1 ± 6.9 e 5.7 ± 2.6 (P<.001). No grupo operado, TT se correlacionou negativamente com IMC (P<0.02), circunferência abdominal (P=0.009), níveis de insulina (P=0.004), leptina (P=0.001) e glicemia (P=0.002). SHBG correlacionou-se negativamente com IMC (P=0.002), circunferência abdominal (P=0.003), triglicérides (P=0.02), e leptina (P=0.01). TL correlacionou-se negativamente com idade (P=0.003), glicemia (P=0.01) e insulina (P=0.03). Os exames de função hepática TGO/ALT, TGP/AST e GGT mostraram diferenças estatísticas significantes entre os grupos, assim como HDL e LDL - colesterol, PCR, leucócitos e fibrinogênio (P<0.05). No questionário IIEF, os índices médios globais do grupo obeso operado foram melhores do que os do grupo obeso controle (56.7 ± 14.5, 49.1 ± 11.9 e 61.7 ± 7.5), embora sem significância estatística para qualquer das três populações. Na análise por domínios deste questionário, houve diferença estatística significante relativa à função erétil (P=0.01) e satisfação sexual de modo geral (p=0.04), mas somente entre os grupos controles obesos e não- obesos. O questionário AMS mostrou que, embora sem significância estatística, os indivíduos do grupo operado apresentavam o mesmo padrão de respostas dos não-obesos controles (31.0 ± 9.4, 37.4 ± 15.1 e 31.0 ± 8.8). Conclusão: Após cinco anos ou mais, os níveis de alguns hormônios sexuais e certos aspectos da qualidade de vida sexual mostraram-se melhores nos operados que em obesos controles, e compatíveis com os da população não obesa. Tal sucedeu a despeito da manutenção na categoria de obesos de quase ¾ dos indivíduos. Pode-se afirmar, portanto, que a cirurgia bariátrica, ainda sem reverter a totalidade das anormalidades androgênicas, revelou-se um método útil e vantajoso a longo prazo sob este prisma |