Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Torquato, Beatriz Menezes de Albuquerque |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-22042024-160319/
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Resumo: |
Introdução: Evidências indicam benefícios da dieta vegetariana para a saúde e a sustentabilidade do planeta. Simultaneamente, existem dados convincentes sobre os malefícios dos ultraprocessados. Nos últimos anos, notou-se mudanças na produção e disponibilidade de alimentos, incluindo o aumento do consumo de produtos prontos para consumo rotulados como vegetarianos. Objetivo: Descrever o consumo alimentar de vegetarianos britânicos de acordo com a classificação Nova e avaliar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a qualidade nutricional da dieta. Metodologia: Utilizamos dados da pesquisa nacional do Reino Unido com os anos 1-11 (2008/2019), que coleta informações sobre o consumo alimentar da população por meio de registros alimentares de 4 dias. Todos os alimentos registrados foram classificados de acordo com a Nova. Modelos de regressão linear foram usados para avaliar a associação entre a contribuição de alimentos ultraprocessados (tercil da contribuição e por acréscimo de 10% do total calórico) e as médias de indicadores nutricionais da dieta. A prevalência de ingestão inadequada foi avaliada considerando as recomendações nutricionais da Organização Mundial de Saúde e Autoridade Europeia para Segurança Alimentar. Razões de prevalência foram estimadas usando regressão de Poisson. Resultados: Os ultraprocessados apresentaram a maior contribuição dietética (56,3% da ingestão energética), seguidos pelos alimentos minimamente processados (29,2%), alimentos processados (9,4%) e ingredientes culinários (5%). Os ultraprocessados mais consumidos foram pães ultraprocessados, pratos prontos sem carne, doces e sobremesas, cereais matinais, biscoitos e carnes vegetarianas. Quando analisados em tercis, a contribuição dos alimentos ultraprocessados variou de 37,5% para 74%. Foi encontrada uma tendência linear positiva e significativa entre os tercis de contribuição dos ultraprocessados e o conteúdo de açúcares livres (Coef. 0,25, p 0,001), enquanto uma relação inversa foi observada para fibra alimentar (Coef. -0,26, p 0,002), potássio (Coef. -0,38, p <0,001), magnésio (Coef. -0,31, p <0,001), vitaminas A (Coef. -0,37, p <0,001) e C (Coef. -0,22, p 0,001). Na variável contínua, o aumento de 10% da contribuição dos ultraprocessados foi associado ao aumento de açúcar livre e redução da densidade de fibra, potássio, magnésio, zinco, iodo, vitaminas A e C. A prevalência de ingestão inadequada aumentou, do tercil de contribuição de alimentos ultraprocessados mais baixo para mais alto, de 32,9% para 60,7% para açúcar livre e de 26,1% para 47,5% para fibra alimentar. Na variável contínua, o aumento em 10% na contribuição dos ultraprocessados foi associado ao aumento na prevalência de ingestão inadequada de açúcar livre, fibra alimentar e potássio. Conclusão: A influência dos alimentos ultraprocessados na dieta vegetariana do Reino Unido é de considerável magnitude, representando mais da metade da energia consumida. Nossos resultados também mostraram que a maior contribuição dos ultraprocessados estava associada a uma pior qualidade nutricional da dieta. Esses achados proporcionam uma análise crítica da premissa da saudabilidade da dieta vegetariana, ressaltando a necessidade de fornecer informações confiáveis à população sobre os malefícios do consumo desses alimentos. Além disso, enfatizamos a importância de políticas públicas que visem combater a desinformação e limitar a exposição a ultraprocessados, a fim de apoiar a tomada de decisões informadas, livres de marketing enganoso |