Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Nicole Nöthen de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-25112014-105621/
|
Resumo: |
A presente investigação teve por objetivo estudar a história de vida de uma família em um bairro (localizado em uma cidade do Vale do Paraíba-SP) estigmatizado pela violência. Buscou-se, com este estudo de caso, a melhor compreensão da maneira como a violência opera neste lugar e quais as consequências disso para as identidades de seus moradores no caso, os membros da família entrevistada. O método utilizado para a coleta de dados foi o percurso comentado / itinerário, o qual consiste em caminhadas com os sujeitos da pesquisa pelos lugares onde vivem, enquanto relatam sua história de vida nestes lugares. A postura adotada para a realização dos procedimentos de coleta inspirou-se na abordagem etnográfica, atentando-se pra as peculiaridades de uma etnografia contemporânea. Para a apresentação dos dados foi escolhida a forma de narrativas de personagens, fazendo-se um paralelo com a história de Lewis Carroll Alice no país do espelho (ou Alice através do espelho e o que ela encontrou por lá), e cotejando-se com observações da pesquisadora. A análise dos dados teve inspiração na análise literária e na escrita etnográfica, ou seja, articulando os momentos de estar lá (no campo da pesquisa) e de estar aqui (de volta à universidade), e buscando a interpretação das narrativas à luz de teorias que versem sobre os temas emergidos das falas. A partir dos relatos e da articulação teórica oferecida neste trabalho, buscou-se visualizar de forma mais clara o possível caminho através do qual emerge o que se chamou de violência no território estudado. Para isso, o trabalho apoiou-se em teorias psicossociais e dramatúrgicas da identidade, tais como a do interacionismo simbólico, focalizando o processo de estigmatização, tal como entendido por Goffman. E para o melhor entendimento da dinâmica social atuante no território em questão, buscaram-se subsídios em teorias provindas da psicologia socioambiental, em particular, a contribuição dos estudos urbanos, e, ainda, em teorias que versam sobre a marginalidade social, tais como a obra de Quijano. A título de conclusão, poder-se-ia entender que a questão da violência não pode ser atribuída somente a características individuais, nem apenas à sociedade em que o indivíduo se encontra inserido. Espera-se ter evidenciado, através das discussões, que a problemática existente no território estudado a questão da violência pode ser identificada como resultado ou até como um elemento intrínseco a determinadas interações humanas e estruturas sociais (estereotipadas, hierarquizadas e subjugadoras, gerando, assim elementos marginais); e que a sua maior contraposição é representada pela possibilidade de metamorfose (nos âmbitos individual e coletivo, constituindo aquilo que é propriamente humano) e pela participação verdadeiramente ética e política, de atores sociais capazes de serem protagonistas não somente de suas próprias histórias mas também do contexto que os rodeia |