Resumo: |
Inicialmente o presente estudo objetivou avaliar os efeitos de diferentes fontes de cobre e zinco na dieta de leitões desmamados. Porém, houve a necessidade de utilizar as mesmas fontes e alterar apenas os níveis de inclusão desses minerais, o que justifica o título (que não pôde ser substituído posteriormente). Os leitões recém-desmamados apresentam reduzida digestibilidade de nutrientes pela falta de maturidade do sistema digestório frente à dieta sólida, levando à redução na absorção dos mesmos, e consequentemente diarreia e queda no desempenho. Uma das alternativas utilizadas após o desmame, principalmente com a proibição do uso de antibióticos como promotores de crescimento, tem sido os microminerais, principalmente o zinco (Zn) e o cobre (Cu). Dentre as fontes, o óxido de zinco (ZnO) e o sulfato de cobre (CuSO4) são as comumente utilizadas em níveis farmacológicos, 3000 mg/kg e 250 mg/kg, respectivamente devido ao baixo custo e por melhorar o desempenho, a consistência fecal e a manutenção da integridade intestinal. É possível que leitões suplementados com a associação de CuSO4 e níveis reduzidos de ZnO na dieta apresentem desempenho, frequência de dias com diarreia e morfometria intestinal semelhantes aos leitões suplementados com maiores níveis, e que não ocorra interferência na absorção hepática de Cu e na concentração de Zn na tíbia. Assim, o presente estudo avaliou a associação entre o CuSO4 e o ZnO, em níveis reduzidos, sobre o desempenho, a morfometria intestinal, a frequência de dias com diarreia e a concentração desses minerais no fígado e na tíbia de leitões na fase de creche. Utilizaram-se 80 leitões desmamados aos 21 dias de idade distribuídos em 2 tratamentos, de acordo com as fases: Pré-inicial (21 aos 35 dias): T1, 3000 mg/kg ZnO + CuSO4; T2, 2500 mg/kg ZnO + CuSO4; Inicial 1 (35 aos 49 dias): T1, 2500 mg/kg ZnO + CuSO4; T2, CuSO4; e na Inicial 2 (49 aos 63 dias): T1 e T2, 100 mg/kg ZnO + CuSO4, sendo a inclusão de 180 mg/kg CuSO4 em todas as fases. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, sendo a sala e o peso considerados como bloco. A frequência de dias com diarreia foi transformada pela função arco-seno e as características foram submetidas à análise de variância, empregando-se o software SAS (v. 9.3), o nível de significância considerado foi de 5%. Os leitões que receberam menor nível de ZnO apresentaram maior frequência de diarreia dos 35 aos 49 dias de idade (P < 0,05), contudo o desempenho, a morfometria intestinal e a concentração de cobre no fígado foram semelhantes entre os tratamentos. Infere-se que esse resultado foi obtido pela atuação do Zn, Cu e aos cuidados paliativos como o fornecimento de soro via oral e antibioticoterapia terapêutica nos animais com fezes líquidas. Conclui-se que os leitões que receberam reduzida inclusão ZnO, níveis inferiores a 3000 mg/kg, associado a 180 mg/kg de CuSO4 apresentaram maior frequência de dias com diarreia dos 35 aos 49 dias, sem prejuízos no desempenho e na morfometria intestinal, sendo possível a redução de custos e na poluição ambiental. |
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