Produção de embriões e fisiologia ovariana em vacas nelore sob diferentes níveis nutricionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Surjus, Ricardo da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-23052013-144815/
Resumo: A nutrição está intimamente relacionada com a reprodução nos animais e ainda há muito a se estudar sobre essa inter-relação, principalmente porque ainda há muita controvérsia na literatura sobre este tema. Por exemplo, alguns estudos sugerem ser benéfico o uso do \"flushing\" nutricional na produção de embriões em ruminantes. Entretanto, a maioria dos trabalhos mostra resultados negativos da alta ingestão de matéria seca (IMS). Dessa forma, existe a necessidade em se avançar nos estudos comparando a fisiologia reprodutiva e produção de embriões em fêmeas sob diferentes níveis nutricionais. Foram utilizadas 33 vacas Nelores não lactantes recebendo um dos quatro tratamentos a seguir: Os grupos Mantença (M), Restrição (0,7M) e Alta IMS (1,5M) receberam a mesma dieta padrão variando a quantidade oferecida. O grupo Alta ingestão de energia (E), recebeu uma dieta com alto teor de amido, com a mesma energia do grupo 1,5M, porém, com a mesma IMS do grupo M. Todas as vacas passaram por todos os tratamentos, em um modelo crossover. Estes animais tiveram o ciclo estral sincronizado e acompanhamento ovariano diário, por meio de ultrassonografia até confirmação da ovulação. Posteriormente, nos dias 7 e 10 do ciclo estral foi avaliado o volume do corpo lúteo (CL). Concentrações circulantes de hormônios esteróides (progesterona [P4] e estradiol [E2]) foram mensuradas em dias estratégicos. Os animais foram submetidos à aspiração intrafolicular (OPU) por volta do dia 12 do ciclo estral e dois dias após a OPU, os animais foram superestimulados e avaliou-se a resposta superovulatória e a qualidade embrionária entre os grupos, assim como a taxa de prenhez de 273 receptoras após transferência em tempo fixo dos embriões vitrificados. As análises foram realizadas de acordo com o Proc GLIMMIX do SAS, com nível de significância de P < 0,05. Os resultados estão apresentados na forma de média dos quadrados mínimos ± erro padrão. Este estudo englobou duas áreas principais: fisiologia e concentrações hormonais (Experimento 1) e produção in vivo de embriões (Experimento 2). Apesar de, no Experimento 1, terem sido avaliadas 33 vacas nas quatro repetições, totalizando 132 sincronizações, houve apenas 75 ovulações, as quais foram consideradas para as análises subsequentes. A taxa de ovulação não variou entre os tratamentos (~57%). O folículo ovulatório foi maior conforme a IMS aumentou para a dieta padrão nos grupos 1,5M, M, 0,7M (14,4 ± 0,3a vs 12,8 ± 0,3b vs 12,0 ± 0,3c nos grupos 1,5M, M e 0,7M, respectivamente). Apesar disso, o E2 circulante não diferiu entre os grupos. O volume do CL no Dia 7 do ciclo estral foi semelhante entre os grupos, todavia o grupo 1,5M apresentou menor concentração de P4 circulante (2,4 ± 0,2 ng/mL) em relação aos grupos M e 0,7M (2,9 ± 0,2 vs 3,0 ± 0,3 ng/mL, respectivamente). No Experimento 2, a concentração de insulina plasmática foi maior no grupo E (8,7 ± 0,86 ?UI/mL) comparado com os grupos 0,7M (4,6 ± 0,87) e M (5,3 ± 0,85), não diferindo do grupo 1,5M (6,6 ± 0,9). Houve maior resposta superovulatória (CL) nas doadoras que receberam a dieta padrão, 0,7M (13,0 ± 1,3a); M (14,2 ± 1,2ª) e 1,5M (13,9 ± 1,2ª) comparado às alimentadas com alta energia (9,7 ± 1,2b), devido à correlação negativa entre resposta superovulatória e insulina (r = -0,32). Apesar disso, não houve diferença entre os grupos para o número total de ovócitos/embriões colhidos (~6 estruturas), embriões viáveis (~3 embriões), ou congeláveis (~2,7 embriões). Independente de tratamento, a insulina circulante ao início da superovulação, apresentou correlação negativa com o número de embriões viáveis (r = -0,22). A prenhez aos 23 e 53 dias após a transferência dos embriões não diferiu entre os tratamentos, entretanto, a insulina circulante das doadoras teve correlação negativa com a prenhez das receptoras aos 60 dias de gestação (r = -0,16). Em conclusão, diferentes níveis de IMS alteraram o tamanho das estruturas ovarianas e/ou as concentrações circulantes de hormônios esteróides. Apesar disso, houve um efeito muito discreto de dieta na resposta superovulatória e qualidade embrionária das vacas. Independente de tratamento, alta insulina circulante das doadoras foi associada a menor resposta superovulatória, número de embriões viáveis e prenhez das receptoras aos 60 dias de gestação.