Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Viana, Juliana Galan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/75/75133/tde-19052020-111250/
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Resumo: |
<span style=\"font-weight: 400;\">O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e o desenvolvimento econômico no país está voltado principalmente para as atividades agrícolas, sendo o maior exportador de açúcar e o segundo maior exportador de soja no cenário mundial. Além dessas também se destacam as culturas de citrus, milho, algodão e tomate de maneira que a aplicação de agrotóxicos no combate aos seres considerados prejudiciais às plantações se mostra eficaz. No entanto, o uso indiscriminado dos agrotóxicos pode resultar em acumulação nos compartimentos ambientais, problemas de contaminação de águas, interferir na longevidade de organismos não-alvos, entre outros problemas. Assim, estudar a degradação de agrotóxicos se mostra de grande importância e relevância atualmente e este trabalho teve como objetivo estudar a biodegradação dos pesticidas Bifentrina e Fipronil por bactérias do gênero <span style=\"font-weight: 400;\">Bacillus <span style=\"font-weight: 400;\">isoladas de folhas da cultura de laranja. A Bifentrina é um pesticida classificado como piretróide e amplamente empregada em diferentes culturas. Uma triagem com as 8 linhagens de bactérias foi feita e por meio de análises por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC-UVis) verificou-se uma biodegradação da Bifentrina entre 79% e 88% pelas bactérias identificadas como <span style=\"font-weight: 400;\">B. pseudomycoides<span style=\"font-weight: 400;\"> (2RF2C, 3RF2C, 4RF1C e 4RF2C) <span style=\"font-weight: 400;\">e as bactérias <span style=\"font-weight: 400;\">B. amyloliquefaciens<span style=\"font-weight: 400;\"> (RFD1C),<span style=\"font-weight: 400;\"> B. safensis<span style=\"font-weight: 400;\">/ <span style=\"font-weight: 400;\">B. pumilus<span style=\"font-weight: 400;\"> (2RF1C)<span style=\"font-weight: 400;\">, B. aryabhattai/ Bacillus <span style=\"font-weight: 400;\">sp. (2RF3C), <span style=\"font-weight: 400;\">B. megaterium <span style=\"font-weight: 400;\">(RF1C) apresentaram uma biodegradação da Bifentrina entre 25% e 38%. A bactéria <span style=\"font-weight: 400;\">B. pseudomycoides <span style=\"font-weight: 400;\">(4RF1C) apresentou uma degradação de 79% da Bifentrina e foi selecionada para um experimento em replicata para que os possíveis produtos de biodegradação fossem isolados e identificados. Por meio da técnica de cromatografia em coluna foi possível identificar o composto 4-hidroxibenzoato de metila, um possível metabólito produzido pela bactéria <span style=\"font-weight: 400;\">B. pseudomycoides <span style=\"font-weight: 400;\">(4RF1C). Das análises em cromatografia a gás acoplado à espectrometria de massas (CG-EM) foram identificados os compostos 4-di-<span style=\"font-weight: 400;\">terc<span style=\"font-weight: 400;\">-butilfenol, 1-nonadeceno, <span style=\"font-weight: 400;\">N<span style=\"font-weight: 400;\">-fenetilacetamida e 1,4-diisopropilbenzeno nas reações com a Bifentrina. Uma reação de hidrólise da Bifentrina com KOH foi realizada e os produtos da reação (o álcool BF-OH<span style=\"font-weight: 400;\"> e o ácido BF-COOH<span style=\"font-weight: 400;\">) foram analisados por HPLC-Uvis verificar a presença desses compostos nas reações entre as bactérias e a Bifentrina. Em seguida, foi realizada uma reação utilizando o álcool BF-OH<span style=\"font-weight: 400;\"> com a bactéria <span style=\"font-weight: 400;\">B. pseudomycoides<span style=\"font-weight: 400;\"> (4RF1C) para observar possíveis produtos de biodegradação. Tal reação foi feita em 3 e 5 dias e a porcentagem de consumo do álcool BF-OH<span style=\"font-weight: 400;\"> foi de 14% e 17%, respectivamente e não foi possível observar bandas de produtos de biodegradação para o álcool BF-OH<span style=\"font-weight: 400;\">. Um experimento de consórcio empregando as 8 linhagens de bactérias mostrou que a porcentagem de biodegradação do pesticida Bifentrina foi de 51%. O Fipronil é um pirazol e apresenta aplicabilidade como herbicida, inseticida, fungicida e acaricida. Uma triagem com 8 linhagens de bactérias foi empregada para verificar a capacidade de degradação do pesticida Fipronil pelos microrganismos e, dentre as linhagens, as bactérias <span style=\"font-weight: 400;\">B. amyloliquefaciens<span style=\"font-weight: 400;\"> (RFD1C) e <span style=\"font-weight: 400;\">B. aryabhattai/ Bacillus <span style=\"font-weight: 400;\">sp. (2RF3C) apresentaram a menor concentração de Fipronil depois de 5 dias de reação, com 93% e 91% de biodegradação ou biotransformação, ou seja, foram os microrganismos responsáveis pelo maior consumo do pesticida em meio líquido. Um experimento para avaliar a diminuição da concentração do pesticida Fipronil em 1, 3 e 5 dias também foi realizado, e um experimento de consórcio empregando as 8 linhagens de bactérias mostrou que a porcentagem de biodegradação do pesticida Fipronil foi de 81%. Por meio das análises de CG-EM foram identificados diversos compostos dentre os quais o terpeno esqualeno, o composto 1<span style=\"font-weight: 400;\">H<span style=\"font-weight: 400;\">-indol, a ciclo (Pro-Leu), <span style=\"font-weight: 400;\">N<span style=\"font-weight: 400;\">-fenetilacetamida, 5-hexil-di-hidrofurano-2-(3<span style=\"font-weight: 400;\">H<span style=\"font-weight: 400;\">)-ona, 1,3-diisopropilbenzeno e 1,4-diisopropilbenzeno. Análises no espectrômetro de massas de alta resolução acoplado ao cromatógrafo líquido de ultra-performance (UPLC-HRMS) foram feitas e observou-se possíveis metabólitos de biotransformação da Bifentrina e a Fipronil-sulfona proveniente da oxidação do Fipronil. Destaca-se também que foi identificado o terpeno esqualeno, possivelmente devido à associação entre a cultura de citrus e os microrganismos associados. Em todos os experimentos foram feitas reações controle na ausência do pesticida e mostraram boa recuperação quando quantificadas. Também foi feito um experimento para se avaliar a recuperação final tanto da Bifentrina como do Fipronil obtendo-se uma porcentagem de 96% de recuperação final para ambos os pesticidas. Por fim, este estudo demonstrou que as bactérias do gênero <span style=\"font-weight: 400;\">Bacillus<span style=\"font-weight: 400;\"> isoladas das folhas da cultura da laranja foram importantes na degradação dos pesticidas Bifentrina e Fipronil utilizados em diferentes fases das culturas em que são aplicados. |