Caracterização da microbiota marinha sob influência do degelo glacial na Baía do Almirantado, Antártica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ferreira, Ivan Gonçalves de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-30012020-154852/
Resumo: O degelo glacial pode afetar a microbiota costeira pela introdução de sedimentos, nutrientes, matéria orgânica e diversidade alóctone, além de modificações na estrutura da coluna d\'água e aumento de turbidez. Devido ao aumento de temperatura nas últimas décadas na região da Península Antártica, a Baía do Almirantado tem apresentado um rápido recuo de suas geleiras, que resultam na introdução de água de degelo em suas águas costeiras. Frente ao cenário futuro das mudanças climáticas e de seus efeitos na região da Península Antártica, este estudo buscou caracterizar a microbiota e avaliar os possíveis efeitos do degelo em águas pelágicas adjacentes à geleiras na Baía do Almirantado. Para isso, a concentração de micro-organismos fotoautotróficos e bactérias heterotróficas, assim como a diversidade taxonômica da comunidade procariótica, foram correlacionados com dados físicos e de elementos nutrientes da coluna d\'água ao longo de dois verões antárticos. O degelo resultou em uma fina camada superficial modificada, de maior temperatura e menor salinidade, mas que não teve efeito sobre a microbiota. No início do verão, um aumento de temperatura e diminuição da salinidade tiveram um efeito positivo na abundância de células bacterianas e do fitoplâncton. As bactérias heterotróficas aumentaram ao longo do verão, representadas principalmente por grupos associados ao fitoplâncton e à degradação de matéria orgânica (Bacteroidete/Flavobacteriales, Alphaproteobacteria /Rhodobacterales, SAR11 e Gammaproteobacteria/Nitrincolaceae). O fitoplâncton teve um pico em Janeiro, e foi dominado pela diatomácea Thalassiosira gravida. Diferenças entre a microbiota do Estreito de Bransfield e da Baía do Almirantado podem ter sido resultado da introdução de diversidade alóctone nas águas da baía, que foi caracterizada pela maior abundância de Betaproteobacteria, Alphaproteobacteria, Actinobacteria e Firmicutes.