Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Souto, Maria Júlia Silveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-11072023-095614/
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Resumo: |
Introdução: Estima-se que 4 milhões de pacientes sejam atendidos anualmente em serviços de emergência do Brasil com a queixa de dor torácica, dos quais apenas 10% serão diagnosticados com síndrome coronariana aguda. Nesse contexto, escores de risco cardiovascular, como TIMI, HEART e GRACE, são utilizados como ferramenta para avaliar a possibilidade de doença arterial coronária (DAC). Foram, inicialmente, validados para estimar o risco de eventos cardíacos intra-hospitalares. No entanto, a sua associação com a presença de placa obstrutiva é pouco conhecida. Objetivo: Avaliar a associação entre os escores de risco cardiovascular e a presença de lesões ateroscleróticas obstrutivas nos pacientes atendidos com dor torácica aguda, no pronto socorro de instituto especializado em cardiologia. Metodologia: Estudo observacional retrospectivo, baseado na análise de prontuários, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2021. Foram incluídos pacientes atendidos em pronto-atendimento de hospital terciário com a queixa principal de dor torácica aguda com valores de troponina negativos e ECG sem achados isquêmicos, submetidos a Angio-TC. Lesões coronárias ateroscleróticas foram quantificadas quanto à proporção de estenose luminal, sendo consideradas significativas aquelas com estenose 50% da luz do vaso em 1 artéria epicárdica relevante. Resultados: Foram avaliados 350 pacientes com idade média de 52,6±11,9 anos, sendo 50% mulheres. Desses pacientes, 72 (20,6%) apresentaram lesão aterosclerótica significativa em Angio-TC. Sexo masculino (OR: 1,87; IC 95%: 1,08 - 3,26), idade > 52 anos (OR: 2,85; CI 95%: 1,6 - 5,07), diagnóstico de Diabetes Mellitus (OR 2,17; IC 95%: 1,12 - 4,2) e relato de angina típica (OR 2,17; IC 95%: 1,12 - 4,2) estiveram associados de forma independente à presença de placa obstrutiva. Os escores de risco apresentaram associação moderada para a presença de placa obstrutiva na Angio-TC, sendo o HEART o melhor preditor (AUC = 0,677; IC 95%: 0,608-0,747), quando avaliados de forma isolada. Porém, ajustados para características clínicas como idade, sexo masculino e história de angina típica, apenas os escores TIMI e HEART foram bons indicadores da presença de lesão aterosclerótica significativa. No entanto, mais de 90% dos pacientes com lesão significativa na Angio-TC, apresentavam escore GRACE e TIMI de baixo risco. O escore HEART < 4 foi calculado em 23,6% dos pacientes com placa obstrutiva. Conclusões: A adição de escores de risco cardiovascular (TIMI, HEART e GRACE) à avaliação clínica do paciente com dor torácica em unidade de emergência fornece melhora na predição da presença de placas obstrutivas em angiotomografia de coronárias. Porém ainda não se mostrou suficiente para excluir de forma segura o diagnóstico de doença arterial coronária. Dessa forma, a Angio-TC é ferramenta complementar importante para o diagnóstico de coronariopatia nesse contexto clínico, possibilitando o início precoce de terapêutica adequada para a prevenção de novos eventos cardiovasculares. |