Lições do norte para a mídia pública brasileira: a experiência da CBC/Radio-Canada e os novos paradigmas da mídia de serviço público

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Toni, Márcia de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EBC
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-22052013-113855/
Resumo: A pesquisa examina o modelo de comunicação pública adotado pela CBC/Radio-Canada e as principais discussões nacionais e internacionais sobre a missão da mídia de serviço público no século XXI em busca de subsídios à construção de um modelo de serviço público adequado ao Brasil, com sustentabilidade financeira, autonomia editorial e administrativa, gestão profissional e compromisso social. O modelo jurídico-institucional da CBC/Radio-Canada é semelhante ao da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), criada em 2008 com a proposta de prestação de serviço público apesar de fortemente ligada ao governo federal. Tal ligação suscita dúvidas quanto à possibilidade de uma empresa de comunicação atrelada ao Estado oferecer conteúdos sem ingerência política, com uma pauta voltada ao interesse coletivo e com gestão profissional, livre de paternalismos. Por meio de revisão de literatura e de entrevistas estruturadas com oito especialistas canadenses em mídia pública, conclui-se, a partir da experiência da CBC/Radio-Canada, que o modelo estatal pode ser eficaz desde que haja vontade política e grande vigilância por parte da sociedade. Mesmo assim, é um modelo imperfeito e vulnerável às alterações do clima político-partidário. Recomenda-se o aperfeiçoamento do modelo por meio de um maior envolvimento da sociedade nos conselhos administrativos e curadores. Conclui-se, ainda, a partir dos novos paradigmas da mídia de serviço público, que, no novo cenário midiático de múltiplas ofertas e múltiplos canais, os investimentos do Estado em comunicação só se justificam se as empresas públicas apresentarem conteúdo distinto do oferecido pelas comercias. Aponta-se como alternativa viável uma aproximação com os movimentos sociais e a transformação das emissoras públicas em fóruns plurais e democráticos de debate sobre temas coletivos e polêmicos negligenciados pelas grandes redes.