A crítica de Arthur Miller às eras Reagan e Bush Jr.: duas comédias políticas no coração do neoliberalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Russo, Thiago Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-03122020-133546/
Resumo: Esta tese tem como objetivo analisar a crítica de Arthur Miller às eras Reagan e Bush Jr., observando de que maneira forma e conteúdo estão dialeticamente relacionados. O dramaturgo se utilizou de um gênero incomum dentro de sua produção escrita, a comédia, e apesar de ambas as peças serem em grande medida descartadas por público e crítica, elas estão entre as mais relevantes e poderosas na/para a dramaturgia norte-americana. Em The Ride Down Mt. Morgan (1998) Miller escreve uma tragédia farsesca como representação da era Reagan, e na qual aponta as consequências das políticas econômicas (Reaganomics) nos anos do nascimento do neoliberalismo no eixo anglo-americano, com Ronald Reagan nos Estados Unidos, e Margaret Thatcher no Reino Unido. Em Resurrection Blues (2002) Miller escreve uma sátira política para criticar um imperialismo militarista que se desvelaria nos anos posteriores, fazendo uma crítica ácida ao capitalismo espetacular e à sua base neoliberal, endossados pelas políticas de George W. Bush (Bush Jr.). Tendo a América Latina, como espaço em que a ação acontece, a peça recorre ao nascimento do neoliberalismo através das Ditaduras militares da direita que tiveram início nos anos 1960. Ambas as peças mapeiam momentos cruciais da história do neoliberalismo, sendo simultaneamente diagnóstico e prognóstico das eras às quais se relacionam, além de elucidar o momento atual de ascensão do conservadorismo político e social, do autoritarismo, e da racionalidade neoliberal antidemocrática que tem marcado fortemente o século XXI.