Florística, fitossociologia e dinâmica de duas florestas secundárias antigas com histórias de uso diferentes no nordeste do Pará-Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Melo, Marcelo Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-14122004-111200/
Resumo: O incremento do processo de substituição da floresta amazônica por áreas agrícolas e seu posterior abandono, têm resultado num número crescente de fragmentos de florestas secundárias. Com o objetivo de contribuir com o entendimento da dinâmica dessas áreas, analisou-se a composição florística, a fitossociologia, o ingresso, a mortalidade, o crescimento dos indivíduos arbóreos e as relações do solo com o crescimento em diâmetro, densidade e área basal total de duas florestas secundárias (Marituba e Bragança, NE, PA) com diferentes histórias de degradação e mesma idade de abandono. Foram instaladas 4 parcelas permanentes de 50x50m, subdivididas em 25 com de 10x10m, em cada área, onde amostrou-se todas as árvores com DAP >5cm. Em Marituba as medições foram em 1997, 2000 e 2002, e em Bragança, 1999, 2000, 2001 e 2002. O solo foi coletado nas profundidades de 0- 5cm, 5-15cm e 15-25cm, nas subparcelas pares das áreas. No primeiro levantamento de Marituba foram encontrados 1.257 indivíduos e 185 espécies. No último levantamento houve redução de 4,1% de indivíduos e aumento de 8,1% de espécies, com H´ = 4,42nats/indivíduo. Em Bragança, foram encontrados em 1999, 1.819 indivíduos e 136 espécies. No último levantamento, houve redução de 6,2% dos indivíduos e de 1,5% de espécies, com H´ = 4,08nats/indivíduo. Entre as duas áreas estudadas houve baixa similaridade florística (Jac = 12%). Marituba apresentou incremento diamétrico de 0,23cm/ano, ingresso de 2,1%/ano e mortalidade de 3,2%/ano. Bragança apresentou incremento em DAP de 0,25cm/ano, ingresso de 1,2%/ano e mortalidade de 3,6%/ano. As duas florestas apresentaram um balanço característico de comunidades em sucessão secundária com taxas de mortalidade maiores do que ingressos, indicando estádio de reconstrução. As áreas apresentaram fertilidade do solo distintas, sendo que Bragança foi maior. Bragança se diferenciou de Marituba, pelo PCA, pelos atributos CTC, P, MO, Argila e %Al. A análise de correspondência canônica (CCA), não mostrou correlação entre a fertilidade do solo e o crescimento em diâmetro, densidade e área basal total. A dinâmica da floresta de Bragança foi mais intensa, indicando um estádio sucessional menos avançado, resultado dos sucessivos ciclos de corte-queima-plantio-pousio. Para Marituba, os valores de riqueza, diversidade e área basal foram compatíveis com os de florestas primárias, em função das características mais amenas de degradação (extrativismo seletivo de madeira). Os resultados confirmaram a hipótese de que o histórico de perturbação foi definidor das características do processo de sucessão em duas florestas secundárias, com mesma idade e sobre o mesmo tipo de solo. Portanto, a idade por si só não é um requisito adequado para prever taxas de recuperação e estádios de sucessão de florestas secundárias.