(Des)estabilida(des) da produção Sociolinguística: contra a manutenção da ordem.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Prado, Rafael Barreto do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-28092010-094634/
Resumo: Nosso objetivo é analisar a produção acadêmica acerca da Sociolingüística no Brasil, a fim de verificar quais valorações sociais, relações de poder e imagens percorrem tal produção. Para tanto, tomamos algumas expressões características e, a princípio, imprescindíveis às conceitualizações dessa área do conhecimento. O corpus da pesquisa foi constituído de maneira a focar a reflexão no interior da própria produção acadêmica, a partir de uma coletânea de textos de grande circulação, que abordam de diferentes formas o tema das variações na língua: em material didático, na literatura, na formação histórica do português brasileiro e no uso cotidiano da língua pelos falantes. Pressupomos que, apesar da alegada respeitabilidade a todas as variedades, encontrada nos textos analisados, advinda das reflexões opositoras à Gramática Tradicional, ainda estava presente a imposição de apenas uma forma legítima de variedade; além disso, a posição das novas reflexões lingüistas permanecia como autoridade oferecedora de uma língua mais adequada à realidade nacional, expropriando do falante sua própria língua. Para realizar nosso exame, recorremos às reflexões da Análise do Discurso, essencialmente a Michel Pêcheux, do qual trabalhamos a ideia de processo de produção de um discurso, envolvendo nesse sentido as condições sócio-históricas para tal produção; e a ideia de espaços estabilizados, em que os discursos trabalham pela manutenção dessa estabilidade. Concluímos que: a) possibilidade de um pacto tácito que impede um uso homogêneo dos termos para que não se discuta seu significado; b) uma postura de oferecimento de uma determinada língua aos falantes, movimento parecido ao dos gramáticos, anteriormente lugar de crítica dos sociolinguistas. Por fim, pensamos que a produção acerca da variação linguística procura garantir a estabilidade dos espaços sociais (incluindo os Institucionais) recomendando a fala ao contexto (ou à situação).