Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Cromberg, Renata Udler |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-19052008-163016/
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Resumo: |
A análise dos documentos encontrados no início dos anos setenta e nomeados como Dossiê Spielrein, que trouxeram a tona a psicanalista, Sabina Spielrein, por meio do seu diário e da sua correspondência com Freud e Jung, bem como seus escritos principais, permite afirmar que ela foi a visionária e introdutora do conceito de pulsão de morte em psicanálise. Isto se deu no seu texto de 1911, A destruição como causa do devir (SPIELREIN,1981a), apresentado em novembro, na Sociedade Psicanalítica de Viena, da qual ela foi a segunda mulher a se filiar. A análise deste texto permite localizar a origem do conceito de pulsão de morte em Sabina Spielrein, ligada ao percurso freudiano e à ruptura entre Jung e Freud. Além disso, a ausência de seu nome por seis décadas das obras fundamentais da história da psicanálise aponta para um soterramento histórico que precisa ser compreendido. O escrito princeps visionário de Sabina Spielrein foi seguido de escritos importantes, principalmente de As origens das palavras infantis Papai e Mamãe (1922), (SPIELREIN,1981b) lido no VI Congresso Internacional de Psicanálise, o mesmo em que Freud leu Mais além do Princípio do prazer, em 1920, e Algumas analogias entre o pensamento da criança, o do afásico e o pensamento subconsciente (1923) (SPIELREIN,2002a), que esboçam uma teoria psicanalítica da origem e do desenvolvimento da linguagem nas crianças e da formação do símbolo. Trabalhou com Jean Piaget no Instituto Rousseau, entre 1920-1923. Foi sua analista e ambos pertenceram à Sociedade Suíça de Psicanálise. Piaget leu seu trabalho O pensamento simbólico e o pensamento da criança no VII Congresso Internacional de Psicanálise, em 1922. Podemos afirmar o pioneirismo destas idéias e de um solo comum entre os dois na discussão das questões sobre a formação do pensamento e da linguagem. Sabina Spielrein, em suas pesquisas e seus escritos, participa das reflexões sobre a aquisição da linguagem e do pensamento pela criança e acaba pondo em contato as questões sobre a emergência da linguagem e do pensamento simbólico em Freud e Piaget. Ela teve um papel central na introdução à psicanálise a Jean Piaget e na apresentação da obra deste a Vigotsky. A verdade, que vem à tona da análise de seus três principais textos e de algumas observações feitas em seu diário e suas cartas é que Sabina Spielrein é uma teórica inovadora em psicanálise e uma pioneira em vários sentidos: primeira analista mulher de crianças, primeira a escrever sobre esquizofrenia usando este termo, primeira a escrever uma tese sobre psicanálise em uma universidade, primeira, junto com Stekel, a pensar e formular o componente destrutivo da pulsão e a presença de uma força além do princípio do prazer, que busca o desprazer Uma original teórica, pois, embora partindo sempre de imagens, pois para ela, o pensamento parte sempre de imagens, não fica nelas. Trabalha com argumentos, desenvolve raciocínios e avança hipóteses metapsicológicas. |