A comunicação do \"terceiro setor\" como expressão do neoliberalismo: as práticas discursivas e os sentidos do trabalho em ONGs de comunicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Camargo, Camila Acosta
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-25042019-155456/
Resumo: Procuramos, neste estudo, investigar como se expressam os sentidos e as relações de comunicação e trabalho em organizações sem fins lucrativos que elencaram a comunicação como principal ferramenta de atuação em defesa de uma causa social. Para isso, selecionamos três organizações sociais nomeadas na pesquisa \"ONGs de comunicação\", localizadas no município de São Paulo e ativas durante o período de realização da pesquisa - 2016-2018, nas quais aprofundamo-nos em seus enunciados institucionais, como também na experiência dos trabalhadores a partir de relatos próprios. Sob a abordagem teórico-metodológica do binômio comunicação e trabalho, buscamos identificar em que medida as práticas discursivas e as relações de trabalho instituídas são atravessadas pelos sentidos hegemônicos vinculados à ideologia do \"terceiro setor\". Nas fases de observação, descrição e interpretação da etapa empírica, visitamos as sedes das organizações, realizamos coleta de dados nos websites, relatórios de atividades, vídeos e reportagens visando analisar os enunciados oficiais; e, para a análise dos discursos dos trabalhadores, priorizamos as entrevistas em profundidade. Dentre os resultados, atestamos a multiplicidade de discursos subsumidos, em maior ou menor grau, à lógica neoliberal de responsabilização do indivíduo. As retóricas do empreendedorismo, da criatividade, da autonomia e do protagonismo se evidenciam como elementos-chave ao serem representativas dos interesses dominantes, mas se revelarem mascaradas em enunciados supostamente emancipatórios.