A construção do conhecimento no processo de inovação: o desenvolvimento da tecnologia flex fuel nos sistemistas brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Gatti Junior, Wilian
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-16122010-183852/
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo caracterizar e entender a construção do conhecimento organizacional a partir dos desafios que surgem em uma das mais complexas atividades empresariais: o desenvolvimento de novos produtos. Para isto, investiga o projeto de desenvolvimento da tecnologia flex fuel no contexto brasileiro de três fornecedores de sistemas para a indústria automobilística (sistemistas), historicamente voltado à adaptação de tecnologias e não ao desenvolvimento. O projeto de desenvolvimento da tecnologia flex fuel reúne características que o diferencia da maioria de outros no setor no país, pois foi concebido fora do domínio das montadoras e representa uma experiência, talvez pioneira, que subsidiárias de sistemistas no Brasil tiveram no sentido de integrar competências direcionadas a um desenvolvimento (e não simples adaptação) de elevado grau de complexidade. A pesquisa concluiu que as interações entre as dimensões do conhecimento (epistemológica e ontológica) ocorrem de modo distinto em cada uma das fases do projeto. No prédesenvolvimento, a organização se utiliza mais do conhecimento tácito e individual dos seus empregados (ex.: desenvolvimentos anteriores, interpretação dos sinais de mercado) para construir o conceito de um novo produto. Na etapa seguinte, fase de desenvolvimento, um projeto conduzido de modo formal (com aprovação e recursos destinados ao projeto) emprega o conhecimento tácito, por meio da interação entre diferentes gerações de engenheiros e principalmente, o conhecimento explícito, com o registro das lições do desenvolvimento em relatórios, arquivos e banco de dados, promovendo a construção do conhecimento individual, do grupo e organizacional. Nessa etapa, se inicia também a construção do conhecimento interorganizacional, com a aplicação do sistema flex nos veículos das montadoras. Já um projeto informal, se concentra na construção do conhecimento tácito, que por ter características de conhecimento individual, pode se perder com a saída dos funcionários. Na última fase do projeto, o pós-desenvolvimento, a organização aprende por meio da interação comercial com o mercado (conhecimento tácito) e pelo aprendizado de campo, com as informações reportadas sobre o desempenho do seu produto em condições reais de utilização (conhecimento explícito). Nessa fase, se conclui a formação do conhecimento interorganizacional. Espera-se que este trabalho possa contribuir com novas perspectivas de estudos voltados a relação entre conhecimento e inovação, sobretudo pela importância dos temas para o aumento da competitividade do país.