Entre a fala e a escrita: a representação da oralidade como estratégia argumentativa em anúncios publicitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Durante, Denise
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-21052009-233805/
Resumo: O objetivo principal deste trabalho é analisar o aproveitamento de marcas de oralidade como recurso persuasivo em anúncios publicitários. Procuramos demonstrar que, por meio da incorporação dessas marcas, os textos publicitários escritos, para melhor alcançarem objetivos de adesão à mensagem e persuasão dos destinatários, desenvolvem estratégias de simulação ou representação da conversação espontânea. Para comprovarmos essa hipótese, examinamos anúncios publicados na revista Veja, semanário de maior circulação em nosso país. Para a realização da análise dos textos publicitários, adotamos os postulados teóricos estabelecidos pela Análise da Conversação, valendo-nos sobretudo dos estudos desenvolvidos pelo Projeto de Estudo da Norma Lingüística Urbana Culta de São Paulo (NURC/SP). Apoiamo-nos também na concepção interacionista da linguagem, elaborada pela Lingüística do Discurso. A Análise do Discurso, em especial os estudos de Charaudeau e Maingueneau, serviu-nos igualmente de base para a compreensão dos modos de organização do discurso publicitário. Para refletirmos sobre os aspectos persuasivos que alicerçam a publicidade, retomamos alguns dos conceitos-chave da retórica aristotélica, bem como da Nova Retórica, desenvolvidos nos trabalhos de Perelman e Olbrechts-Tyteca. A análise do corpus aponta que pode manifestar-se, como estratégia argumentativa nos anúncios impressos, um processo de representação da oralidade, que se realiza por meio da simulação de identidade espaciotemporal entre o sujeito enunciador e o destinatário, evidenciada, por exemplo, pelo emprego de vocabulário dêitico. Observa-se que a seleção vocabular aplicada nos anúncios está próxima dos usos próprios da oralidade, o que se percebe principalmente pelo emprego de provérbios, gírias e expressões consagradas pelo uso falado e popular. Desvios em relação à norma padrão demonstram a incidência da força de penetração sobre a escrita das mudanças lingüísticas que se originam nas práticas discursivas da oralidade.