Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Correia, Marcia de Mello |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-04092019-162051/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Os efeitos deletérios do mercúrio (Hg) no sistema nervoso central, em diferentes formas químicas, têm sido descritos em diversos estudos, entretanto, a ação tóxica sobre a tireoide ainda é pouco compreendida. Experimentos em animais, expostos ao Hg, em diversas formas, mostraram evidências de alterações do parênquima e dos hormônios tireoidianos. A elevada deposição do metal na tireoide e a alta afinidade pelo selênio das desiodases podem ser fatores relevantes para a explicação dos seus efeitos tóxicos. OBJETIVOS: avaliar se a exposição crônica ocupacional ao Hg metálico pode estar associada a alterações da função hormonal tireoidiana, bem como do parênquima da glândula, mesmo depois de cessar a exposição. MÉTODOS: Realizado estudo seccional em 55 expostos ao Hg e 55 controles, do sexo masculino, pareados por idade. Analisadas as concentrações dos hormônios: T3 total e livre (T3T e T3L), T4 livre (T4L) e TSH por eletroquimioluminescência, T3 Reverso (T3R) por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas em tandem, selênio (no sangue) e Hg na urina (HgU) por espectrofotometria de absorção atômica, iodo urinário por detecção indireta pela Reação de Sandell - Kolthoff, anticorpos anti-tireoperoxidase por ensaio imunoquimioluminométrico. A Ultrassonografia (US) Modo B e Dúplex-doppler da tireoide avaliou as dimensões, ecogenicidade, ecotextura, vascularização e nódulos. Os nódulos com aspecto suspeito de malignidade foram submetidos à punção aspirativa por agulha fina (PAAF) e a análise citológica seguiu a classificação de Bethesda. A análise das variáveis contínuas utilizou os testes t ou U de Mann-Whitney e o Qui-quadrado para associação das variáveis categóricas. A correlação de Spearman utilizada para avaliar a relação entre as variáveis de exposição e as concentrações hormonais. O modelo de regressão logística univariada e múltipla foram empregados para análise do risco. O nível de significância dos testes foi Alfa = 0,05. RESULTADOS: a média de idade dos expostos ao Hg foi 55,2 anos (±6,6 anos) e dos controles 53,4 anos (±6,8 anos). Não houve diferença estatisticamente significativa entre as médias de idade dos grupos (p=0,158). A média das concentrações de Hg urinário, durante o período laboral, foi significativamente mais elevada em expostos (51,9 Microg/L versus 1,79 Micrpg/L; p < 0,01). A média de duração do período laboral foi de 14,5 anos (dp=±7,26). A média das concentrações de TSH foi mais elevada em expostos (3,31 MicroIU/ml versus 2,31MicroIU/ml), com diferença estatisticamente significante entre os grupos (p=0,030). As concentrações de TSH excederam o limite de normalidade (4,20 MicroIU/ml) em 13 indivíduos expostos (27,3%) e em quatro controles (7,3%), com associação estatisticamente significativa entre a elevação de TSH e a exposição ao mercúrio (p =0,018). No modelo de regressão logística, a exposição ao mercúrio mostrou uma razão de chances estatisticamente significativa para elevação das concentrações de TSH (OR=4,86; p=0,038). Não houve diferença estatisticamente significativa da relação T4L:T3L entre os indivíduos expostos e o grupo controle (p=0,791). As médias das concentrações dos hormônios T3, T3L e T4L não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p > 0,05). A comparação de médias das concentrações de T3 Reverso mostrou um valor de p próximo do nível de significância do teste (p = 0,06). As proporções de alterações da ecogenicidade foram maiores em expostos (27,3% versus 9,1 %; p=0,026), com associação estatisticamente significativa à exposição ao Hg. Não foi observada associação, estatisticamente significativa, entre a exposição ao Hg e o padrão heterogêneo de ecotextura, ou o aumento de vascularização do parênquima (p > 0,05). A presença de nódulos foi similar entre os grupos. O exame citológico identificou a presença de carcinoma papilífero de tireoide em três indivíduos expostos e um controle. O anatomopatológico confirmou a presença de carcinoma papilífero em quatro indivíduos e identificou o carcinoma folicular em um dos controles. CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo mostraram a presença de elevação das concentrações de TSH, e alterações do parênquima tireoidiano, mais frequentes entre os trabalhadores expostos ao Hg, mesmo depois de cessar a atividade laboral, indicando a importância do monitoramento da tireoide |