Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Sancovski, Ana Rosa Kisielewski |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-20092006-232547/
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Resumo: |
A forma de tratar os pacientes pode ser ensinada não somente pela teoria e prática formais, mas principalmente pelas atitudes do mestre e pela relação médico paciente que ele estabelece. O principal objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos positivos ou deletérios da visita médica em grupo ao leito dos pacientes da Enfermaria da Clínica Médica Geral pois ela pode melhorar ou piorar a ansiedade e a depressão já contidas e instaladas no paciente e testar um modelo de visita médica hospitalar que priorize o paciente enquanto sujeito. Estudaram-se 95 pacientes com idades entre 16 e 65 anos, divididos em três grupos: um com 36 pacientes chamado G0 que passa visita na enfermaria mas não discute à beira do leito; outro com 34 pacientes chamado G1 que passa visita na enfermaria e discute à beira do leito e um novo, experimental, com 25 pacientes chamado G2, com visita na enfermaria e nova forma de discutir ao leito, com participação ativa do paciente em seu processo de recuperação . O Método utilizado foi: todos os pacientes, na véspera da visita, foram submetidos à escala HAD para medir ansiedade e depressão e à parte pré-visita do Questionário de Avaliação da Internação do Paciente da Clínica Médica Geral (QAIPCMG). No dia da visita, após a mesma, reaplicou-se aos três grupos a escala HAD, a parte pós-visita do QAIPCMG , a qual contém um quadro de Sentimentos e Sensações a serem escolhidos como tendo sido sentidos pelos pacientes durante a visita médica, o Teste de Apercepção Temática - TAT, pranchas 1 e 15 e o Questionário Desiderativo. Os critérios de inclusão foram: pacientes com doenças crônicas menores e agudas maiores internados há mais de uma semana e não mais do que duas. Para a análise estatística utilizaram-se os testes: Qui quadrado e Kruskal Wallis. As medidas de ansiedade e depressão da escala HAD pré e pós visita não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. O grupo experimental G2, que se apresentou, propôs ao paciente que se sentasse, não usou termos técnicos para discutir o caso, explicou quais eram as medidas propostas para continuar o tratamento, pediu sua autorização para realizar novos exames e procedimentos, olhou e ouviu suas colocações, obteve referências de alegria (p= 0,0009) e tranqüilidade (p= 0,0058) por parte dos pacientes, estatisticamente significantes quando comparados às respostas dos outros dois grupos. O grupo G2 referiu um número maior de aspectos positivos observados na visita médica, (p = 0,0186) se comparados aos grupos G0 e G1. Os testes psicológicos projetivos possibilitaram medir e analisar as capacidades de abstração e elaboração mental de 52% da amostra, apontando que, nos 3 grupos 37,68% dos pacientes, mostrou boa capacidade para elaborar o impacto da internação e da doença, porém 40% apresentou pouca capacidade para conter aspectos negativos de suas personalidades. Conclui-se que, se não se cuidar do que e como se fala, não olhando e ouvindo o paciente, considerando-o como sujeito, a visita médica pode ser iatrogênica. |