Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Sarges, Roseane Ribeiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-15082008-140644/
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Resumo: |
O relevo da região de Manaus, porção nordeste do Estado do Amazonas, constitui um excelente exemplo de modificação de paisagem. Localizada entre dois rios de grande porte, o Negro e o Amazonas, esta região foi palco de eventos de denudação e movimentações tectônicas que ocorreram desde o final do Cretáceo. Parte da sedimentação resultante da atuação de processos denudacionais na região está documentada pelos depósitos coluviais, que foram subdivididos em quatro tipos, denominados DCA, DCB, DCC e DCD, com base na litologia e constituição dos litoclastos presentes. O DCA é constituído por cascalhos maciços sustentados pela matriz (fácies Cmsm), cascalhos maciços sustentados por clastos (fácies Cmsc) e areias maciças (fácies Am). O DCB consiste em cascalhos maciços com seixos de lamitos semi-flint (fácies Cmsf). O DCC compreende cascalhos maciços sustentados pela matriz (fácies Cmsm) e cascalhos finos com gradação inversa (fácies Cgi). Finalmente, o DCD corresponde a cascalhos maciços sustentados pela matriz (fácies Cmsm) ou por clastos (fácies Cmsc) e cascalhos com gradação inversa (fácies Cgi). Estes depósitos foram formados em múltiplos eventos de coluviação que ocorreram provavelmente desde o Plioceno-Pleistoceno, sob influência de pulsos tectônicos. Os processos denudacionais associados a movimentos tectônicos foram responsáveis pela geração de suprimento sedimentar e construção do modelado, resultando na erosão e pediplanação das rochas sedimentares da borda norte da Bacia do Amazonas. O relevo resultante é caracterizado por terraços fluviais, terraços erosivos, vales, planícies de inundação, divisores dissecados com topo agudo e divisores tabulares com topo côncavo a plano, com baixos ângulos de declividades (em média 8º). Estas feições geomórficas estão distribuídas nos compartimentos topográficos Δh<50m, Δh=75m e Δh>100m. O compartimento Δh<50m compreende as áreas de acumulações fluviais distribuídas ao longo dos rios Amazonas, Negro, Cuieiras, Tarumã Mirim, Tarumã Açu, Puraquequara e Preto da Eva. Os compartimentos Δh=75m, que ocorre na região do rio Cuieiras, e h>100m, que compreende a área entre os rios Tarumã Mirim e Preto da Eva, correspondem às áreas de ocorrência de divisores tabulares com diferentes graus de dissecação. Falhas normais sinsedimentares resultantes de esforços distensivos N-S que afetam a Formação Alter do Chão indicam que pulsos de movimentações tectônicas têm atuado na região desde o final do Cretáceo. Subseqüentemente, vigorou uma distensão radial, registrada por falhas e fraturas nos depósitos pós-cretáceos. A última fase está representada por esforços distensivos E-W, com falhas e fraturas que afetam perfis lateríticos imaturos e sedimentos quaternários. Estes movimentos tectônicos estão refletidos no relevo como inflexões abruptas ou segmentos retilíneos nos canais de drenagem, desembocaduras afogadas e alinhamentos de feições geomórficas. Os esforços tectônicos foram responsáveis por duas reorganizações na rede de drenagem, que imprimiram importantes modificações na paisagem da área. A primeira reorganização, miocena, está representada pelo paralelelismo dos rios Tarumã Mirim, Tarumã Açu, Puraquequara e Preto da Eva, tributários dos rios Negro e Amazonas, e associado à reversão do fluxo do rio Amazonas de oeste para leste, conforme o modelo proposto para a região. A segunda, de abrangência local e registrada na parte no oeste da área, imprimiu inflexões anômalas em trechos do canal do rio Cuieiras, promoveu capturas de drenagens e está associada à formação do compartimento Δh=75m. Esta modificação local da rede de drenagem está relacionada à distensão radial pós-cretáceo. |