Biomarcadores de prognóstico no câncer de pulmão: caracterização do perfil de expressão gênica das hialuronidades, imunoreatividade das hialuronidases e sintases do ácido hialurônico e interação dessas proteínas com a transição epitélio-mesenquimal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Sá, Vanessa Karen de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-05092012-112723/
Resumo: Em virtude dos pobres resultados obtidos no tratamento do Câncer de Pulmão, seja em estágios iniciais ou na doença avançada localmente, há a necessidade de se desenvolver marcadores moleculares e imunohistoquímicos que possam prever o comportamento tumoral. Ácido Hialurônico (HA) é um componente da matriz extracelular, responsável pela hidratação e manutenção do equilíbrio osmótico tecidual. Concentrações de HA estão elevadas em vários tipos de cânceres, incluindo pulmão. Hialuronidases (HAases), são uma família de enzimas relacionadas com a propagação de infecções bacterianas, toxinas de venenos e progressão tumoral. A quebra do HA em pequenos fragmentos (3-25 dissacarídeos) promovidos pela ação das HAases tipo Hyal1, Hyal2 e Hyal3, está relacionada à promoção do câncer através da indução da angiogênese e estímulo a proliferação através de ativação da via tirosina quinase. Algumas isoformas de HAases, descritas como produto de splicing alternativo, possuem atividade enzimática diversificada. A heterogeneidade de expressão das HAases foi identificada em alguns tipos de câncer e pode ser correlacionada com o comportamento diferenciado dos tumores. Em uma primeira instância, o perfil de expressão das HYAL foi avaliado em tecidos pulmonares tumorais e normais de 69 tumores ressecados de pacientes com adenocarcinomas (ADC) e carcinomas de células escamosas (CCE) oriundos do Hospital das Clinicas e Hospital do Câncer AC. Camargo. A expressão da HYAL1- selvagem (wt) e variantes 1 a 5, HYAL2-wt, HYAL3-wt e variantes 1 a 3 foi identificada por PCR e seqüenciamento direto. Diferentes proporções de HYAL3-wt e variantes foram expressas em tecidos pulmonares tumorais e controles. HYAL1-wt esteve associada com prognóstico desfavorável e HYAL3-v1 com prognóstico favorável. Diante dos resultados obtidos dos tumores de pacientes do Hospital das Clínicas e Hospital AC. Camargo, prosseguimos a investigação para estudar a imunoexpressão das Hyal 1 e 3 e HAS 1, 2 e 3 nos CCE e ADC. Observamos que a intensidade de expressão de Hyal 3 foi maior pelas células tumorais quando comparada aos controles, porém esta diferença foi marginalmente significante. Já o resultado da análise da freqüência de imunoexpressão das Hyal 1 e 3, e HAS1, 2 e 3 demonstrou expressão na maioria dos espécimes tumorais e controles. A associação entre as variáveis foi testada e evidenciou imunoexpressão concomitante de HYAL e HAS nos tumores. O modelo matemático de sobrevida , controlado para sexo, idade e estadiamento mostrou risco de morte associado com adenocarcinoma sólido e imunoreatividade para HAS2 e HAS3. Para validar os resultados obtidos, sobretudo com a imunoexpressão das Hyal e HAS nos CCE e ADC, estudamos a população de pacientes do Hospital Universitário de Coimbra. Documentamos pela primeira vez uma via pela qual a hiperexpressão de HAS3 e Hyal 3 respectivamente por células epiteliais neoplásicas e mesenquimais, podem favorecer a invasão nos ADC e CCE. Surpreendentemente, demonstramos que a imunoexpressão de HAS1 e 3 pelas células epiteliais neoplásicas confere mais agressividade aos ADC acinares e papilares, mas uma expressão negativa de HAS1 pelas células mesenquimais confere um papel protetor a MEC auxiliando-a a evitar a invasão pelas células tumorais em ambos os tipos subtipos histológicos. A interação entre a expressão das hialuronidades e sintases do àcido hialurônico foi avaliada em relação à expressão de proteínas da transição epitélio-mesênquimal nos tumores de pacientes do Hospital Universitário de Coimbra. Hyal, HAS, E-caderina e TGF- modularam uma via invasiva tumorinduzida nos ADC e CCE de pulmão, e estiveram associados a um espectro diferente de agressividade, uma vez que houve uma relação inversa entre a expressão de biomarcadores epiteliais e mesenquimais. Enquanto a hiperexpressão de HAS1 e HAS3 provê uma agressividade aos CCE e ADC, uma hiperexpressão de TGF- e E-caderina, confere um efeito protetor à MEC ao evitar a invasão por células tumorais em ambos os tipos histológicos. Comparamos os níveis de imunoexpressão das Hyal1 e 3 e HAS 1, 2 e 3 nos tumores ressecados no Hospital das Clínicas e Hospital AC. Camargo com os níveis obtidos em tumores do Hospital Universitário de Coimbra. Verificamos que a imunoexpressão das HAS 1, 2, 3 e Hyal1 foi significativamente maior nos tumores de pacientes do Hospital Universitário de Coimbra, enquanto que a imunoexpressão de Hyal 3 foi significativamente maior nos tumores de pacientes brasileiros. Por todas essas razões, nossos resultados sugerem que estratégias direcionadas à modulação dos níveis de HYAL1-wt e HYAL3-v1, da hiper imuno expressão de HAS3 e Hyal 3 respectivamente por células epiteliais neoplásicas e mesenquimais, da alta síntese de HAS3 e Hyal 1, ou a resposta local baixa de TGF- e E-caderina, poderão ter grande impacto no câncer de pulmão