Densidade energética da dieta de trabalhadores de uma indústria da região metropolitana de São Paulo

• Ano de defesa: 2008
• Autor(a) principal: Lipi, Marisa
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Alimentação do Trabalhador; Densidade Energética; Energy Density; Worker Diet
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-07112023-173801/

Introdução: A densidade energética (DE) é considerada um dos aspectos relevantes na regulação da ingestão de alimentos e, portanto, assume um papel importante na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Por outro lado, o ambiente de trabalho é um importante espaço para a promoção de hábitos alimentares saudáveis. Objetivo: Avaliar a DE da dieta de trabalhadores de uma indústria da região metropolitana de São Paulo. Métodos: Foram utilizados dados do projeto \"Alimentação Saudável no Ambiente de Trabalho: redução da densidade energética das refeições servidas em uma unidade de alimentação e nutrição\". Trata-se de um estudo transversal, com adultos de ambos os sexos, funcionários da empresa avaliada. A coleta dos dados constituiu-se de investigação de hábitos de vida e atividade física, avaliação antropométrica e aplicação de inquérito alimentar, pelo método do recordatório de 24 horas. A DE da dieta foi estimada por três· métodos: 1- inclusão de todos os alimentos e bebidas (DE1); 2- inclusão de todos os alimentos e bebidas calóricas que contenham, no mínimo, 10 Kcal/100g (DE2); 3- inclusão de todos os alimentos e exclusão de todas as bebidas (DE3). A relação entre DE e as variáveis de interesse do estudo foram investigadas. por modelos de regressão linear múltipla, com seleção hierarquizada de variáveis, segundo modelo conceitual. Resultados: Foram avaliados 201 indivíduos, sendo 51% do sexo masculino, 66% nascidos na região Sudeste, com idade média de 33,4 (dp=9,5) anos, sendo prevalentes O· nível educacional médio (47%) e situação conjugal \"com companheiro\" (54%). Quanto ao estado nutricional, o Índice de Massa Corporal médio para ambos os gêneros foi de 24,6 kg/m2 e prevalência de excesso de peso de 47% para homens e 38% para mulheres. Os escores de atividade física foram: ocupacional, 2,48 (dp=0,42); exercício físico, 2,34 (dp=1,16); lazer e locomoção, 2,59 (dp=0,63) e total, 7,43 (dp=1,56). Em relação à DE da dieta, os valores encontrados para homens e mulheres foram, respectivamente, DE1, 0,85 kcal/g e 0,86 kcal/g; DE2, 1,44 kcal/g e 1,55 kcal/g; DE3, 1,91 kcal/g e 1,99 kcal/g. No modelo múltiplo, se associaram diretamente à DE1 ter histórico de obesidade na família (β: 0,14 e IC 95%: 0,01; 0,27), consumo de bebida alcoólica (β:0,14 e IC 95%: 0,03; 0,24) e inversamente, à prática de exercício físico no lazer (β:-0,51 e IC 95%: -0,10; -0,01), ajustadas pelo escore de exercício físico no lazer. Quanto a DE2, houve associação direta com a escolaridade (β:0,09 e IC 95%: 0,00; 0, 17) e ter histórico de obesidade na família (β: 0,08 e IC 95%: 0,01; 0, 15). Para DE3, foi encontrada associação inversa com a faixa etária (ter entre 31 e 40 anos: β:-0,15 e IC 95%: -0,27; -0,03 e acima de 41 anos, (β:-0,22 e IC 95%: -0,37; -0,07) e escore de exercício físico no lazer (β: -0,05 e IC 95%: -0,10; -0,01), também foi encontrada associação direta com ingestão de líquidos durante a refeição (β:0,14 e IC 95%: 0,01; 0,26). Conclusão: Os valores de DE encontrados foram semelhantes àqueles descritos na literatura, porém mais elevados do que as recentes recomendações de organismos internacionais para a prevenção de DCNT. Os fatores que se associaram à DE foram distintos segundo o ·método utilizado, mas pode-se destacar a importância da escolaridade, a atividade física no lazer e a faixa etária.