Avaliação microtomográfica e histomorfométrica de uma nova superfície de implante recoberta por nanocristais de hidroxiapatita em modelo ósseo desafiador. Estudo in vivo em coelhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Martins, Sérgio Henrique Lago
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58132/tde-30112022-153908/
Resumo: A osseointegração depende, dentre outros fatores, da superfície do implante. A superfície dos implantes é um dos fatores de maior importância, pois é o primeiro componente a interagir com o hospedeiro. Modificações na mesma vêm sendo investigadas com o intuito de melhorar a quantidade e qualidade do novo osso formado. Nanoestruturas aplicadas a biomateriais têm sido propostas para proporcionar um grau superior de osseointegração. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta biológica de uma superfície de implante modificada pela adição de nano-hidroxiapatita, por meio de análises histomorfométrica (Porcentagem de Contato Osso-implante (BIC, %) e Fração Ocupada pela Área Óssea em Relação à Área Total (BAFO, %)) e microtomográfica (Contato Tridimensional Osso Implante (IS/TS, %), Relação entre Volume Ósseo e Volume Total (BV/TV, %), Espessura Trabecular (Tb.Th, mm), Número de Trabéculas (Tb.N), e Porosidade Total (Po.Tot, %)). Para tal, foram instalados 2 tipos de mini-implantes (usinados, tratados com duplo ataque ácido (Grupo controle - GC) e com adição de nanohidroxiapatita (Grupo Teste - GT)) na região de seio maxilar dos coelhos saudáveis (16 implantes por grupo). Os animais foram eutanasiados aos 30 e 60 dias (8 animais por tempo). As regiões do seio maxilar contendo o enxerto ósseo e os implantes foram coletadas removidas e fixadas para posterior análise tri-dimensional e processamento histológico. Os resultados obtidos foram expressos como média ± desvio padrão dos grupos em cada período. Cada animal foi considerado como a unidade estatística (n = 8). A distribuição dos dados histomorfométricos e microtomográficos foram verificados pelo teste Shapiro-Wilk. Os dados apresentaram distribuição normal, sendo selecionado o Teste t de Student para análise das diferenças entre-grupos, enquanto para análise das diferenças intra-grupos foi utilizado teste de variância (ANOVA) com post hoc de Tukey. Em todas as análises, foi considerado p < 0,05. As regiões do seio maxilar contendo o enxerto ósseo e os implantes foram coletadas removidas e fixadas para análise histomorfométrica e microtomográfica. Aos 30 dias, a análise microtomográfica interna às roscas do implante não apresentou diferenças estatisticamente significantes (p > 0,05) para IS/TS (GC: 9,95 ± 0,17%; GT: 10,01 ± 0,10%), Po.Tot (GT: 75,77 ± 3,47%; GC: 76,74 ± 3,08%), BV/TV (GT: 24,23 ± 3,47%; GC: 23,26 ± 3,08%), Tb.Th (GT: 0,060 ± 0,004mm; GC: 0,061 ± 0,004mm) e Tb.N (GT: 3,80 ± 0,43; GC: 3,74 ± 0,39). Na análise externa às roscas do implante também não se observaram diferenças estatisticamente significantes (p > 0,05) para Po.Tot (GT:74,83 ± 2,51%; GC: 75,62 ± 1,83%), BV/TV (GT: 24,38 ± 1,83%; GC: 23,26 ± 3,08%), Tb.Th (GT: 0,063 ± 0,004; GC: 0,062 ± 0,003) e Tb.N (GT: 3,91 ± 0,19; GC: 3,92 ± 0,25). Após 60 dias, na análise microtomográfica intra-roscas, foram observadas diferenças estatísticas entre grupos para todos os parâmetros avaliados (p <0,05), IS/TS (GC: 27,84 ± 5,41; GT: 58,65 ± 23,49), Po.Tot (GC: 56,35 ± 12,05%; GT: 71,75 ± 4,54%), BV/TV (GT: 43,65 ± 12,05%; GC: 28,25 ± 4,54%), Tb.Th (GT: 0,067 ± 0,006mm; GC: 0,059 ± 0,003mm) e Tb.N (GT:6,40 ± 1,34; GC:4,77 ± 0,64). A avaliação externa às roscas também apresentou diferenças estatisticamente significantes (p <0,05) para Po.Tot (GT:66,67 ± 8,02%; GC: 76,20 ± 3,80%), BV/TV (GT: 33,33 ± 8,02%; GC: 23,80 ± 3,80%), Tb.Th (GT: 0,061 ± 0,003 mm; GC: 0,058 ± 0,003mm) e Tb.N (GT: 5,46 ± 1,18; GC: 4,07 ± 0,54). Na análise histomorfométrica, o GT apresentou maiores % BIC e % BAFO quando comparado ao GC, com diferenças estatisticamente significantes, tanto nos dados avaliados em função da superfície do implante quanto na avaliação dos dados em função da região de osso (enxertado ou cortical). A partir dos resultados encontrados, concluiu-se que os implantes recobertos com NANO-hidroxiapatita promoveram um aumento significativo do reparo ósseo, em comparação a uma superfície controle microtexturizada, sugerindo que modificações de superfície bioativas em nanoescala podem agir como um potencializador para formação óssea em áreas enxertadas.