Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Trindade, Ellika |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-09032003-105542/
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Resumo: |
Partindo de um contexto social demarcado por transformações sociais, como o incremento do uso de tecnologia e a inserção da mulher no mercado de trabalho, com a necessidade de maior flexibilização e preparo para nele se inserirem os cidadãos, bem como por transformações no âmbito das relações interpessoais, em especial as familiares, objetivamos, nesta tese, compreender como homens na meia-idade vivenciam esta fase do seu desenvolvimento. A meia-idade é um período demarcado por mudanças, em especial psicológicas para os homens. Isso porque a percepção do envelhecimento, da proximidade da fase adulta dos filhos e a competição com pessoas mais jovens no mercado do trabalho podem deflagrar a chamada crise da meia-idade". Esse momento pode tanto levar a uma reflexão e a um re-direcionamento existencial como a uma estagnação, demarcada pelo marasmo e receio de empreender mudanças, pois pode haver uma percepção de que a proximidade da morte faz parte de sua vida. Nosso olhar para os homens, nessa fase do desenvolvimento, norteou-se pelas facetas da paternidade, da sexualidade e de seus projetos de vida. A metodologia utilizada foi a fenomenologia ontológico-hermenêutica de Martin Heidegger em que a interpretação do existir humano é a principal tônica. Foram entrevistados sete homens com idade entre 41 e 52 anos, nível socioeconômico A e B, casados e com filhos adolescentes. Os resultados evidenciam que a inautenticidade modo de ser em que o referencial são os outros" mostrou-se como principal norteadora da vida desses homens, embora a autenticidade assunção das responsabilidades existenciais , também tenha se revelado. A afetividade, desvelada na preocupação com os filhos foi o principal sentido dos discursos. A inautenticidade revelou-se quando o futuro pessoal dos homens mesclou-se ao dos filhos, não havendo uma percepção de indivíduo, mas sim de que seu papel social norteia seu existir. A autenticidade foi vislumbrada quando a preocupação com suas relações afetivas e seus projetos de vida foram colocados em pauta. O envelhecimento mostrou-se tanto como impeditivo de mudanças, tendo no comodismo sua principal marca, como despertou questionamentos a respeito do modo de vida individual e afetivo. Esses aspectos evidenciam que a meia-idade, vivenciada no mundo pós-moderno, pode propiciar, por meio dos questionamentos que envolvem o existir humano, oportunidades de transformação no contexto das relações interpessoais, abrangendo o mundo familiar, bem como o social mais amplo. Essa fase do desenvolvimento pode proporcionar às novas gerações valores e crenças que lhes oportunizem reflexões e modelos de conduta que sejam alternativos aos que estão presentes nos relacionamentos sociais. A aproximação entre as gerações e a transmissão de questionamentos, dúvidas e anseios podem ser importantes caminhos a serem trilhados por todos os que se preocupam com o existir humano. Como horizontes, percebemos que os sentidos e significados do existir humano são múltiplos e que a fenomenologia ontológico-hermenêutica pode trazer contribuições para a ampliação da compreensão da existência ao desvelar, por intermédio da linguagem, nosso modo de ser. |