Uso da tomografia por emissão de pósitrons/ressonância magnética (PET/RM) para o estadiamento de pacientes portadores de câncer retal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Queiroz, Marcelo Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-25062021-111748/
Resumo: Introdução: o tumor de reto é estadiado com ressonância magnética (RM) da pelve e tomografia computadorizada (TC) de tórax e abdome com contraste. O escaneamento por tomografia por emissão de pósitrons demonstrou elevada taxa de detecção de lesões metastáticas secundárias a tumores colorretais. O uso do PET/RM com fluorodeoxiglicose (FDG) para estadiamento do câncer de reto pode apresentar maior detecção de metástases que o estadiamento convencional (EC). Métodos: estudo prospectivo incluindo 101 pacientes com adenocarcinoma de reto comprovado por biópsia e que foram submetidos a estudo de PET/RM com FDG de corpo inteiro em adição ao EC para estadiamento primários. Diferentes leitores analisaram os exames de imagem, sendo um para a RM da pelve, um para a TC de tórax e abdome com contraste e um para o FDG-PET/RM. A presença, número e localização da doença metastática for registrada de acordo com o órgão envolvido (linfonodos não regionais, fígado, pulmões ou outros). Parâmetros do PET e RM do tumor primário foram registrados, incluindo dos componentes mucinoso e não mucinoso, a saber: valor de captação padronizado máximo (SUVmax), valor de captação padronizado médio (SUVmean), volume metabólico tumoral (MTV) e glicólise lesional total (TLG) e estádio tumoral (T) e nodal N, status da margem de ressecção circunferencial (MRC) e invasão vascular extramural (IVEM). Os dados foram coletados utilizando-se o REDCap. A análise estatística foi realizada no R Studio e no SPSS. Teste de McNemar foi usado para comparação da acurácia diagnóstica em todos os pacientes (baseado em pacientes e baseado em lesões) e naqueles com e sem IVEM. Para comparação dos parâmetros de PET e RM, foram utilizados os testes t de student, Kruskal-Wallis e qui-quadrado. Para a medida da associação do risco dos parâmetros de PET e RM com presença de metástases, uma regressão logística binária uni e multivariada for realizada. Resultados: a acurácia do FDG-PET/RM foi superior ao EC em todos os pacientes (88,4% vs. 82,5%, p = 0,003) e naqueles pacientes com IVEM, mas não entre os pacientes sem IVEM. Na análise baseada em lesões, a taxa de detecção do FDG-PET/RM foi superior para todas as lesões (84% vs. 69%) e para linfonodos não regionais (90% vs. 37%). IVEM foi um fator de risco independente para metástases sincrônicas [odds ratio (OR) = 6,4]. Alguns parâmetros de PET (MTV e TLG, mas não SUVmax ou mean) e da RM (estádios T e N e MRC positiva) foram diferentes entre pacientes metastáticos e não metastáticos. O componente mucinoso do tumor primário apresentou menor grau de captação de FDG que o componente não mucinoso (SUVmax = 7,4 vs. 16,7, p = 0,001), porém a celularidade não foi diferente entre os dois grupos [coeficiente aparente de difusão médio (ADCmean) = 1,6 vs. 1,4, p = 0,36].Conclusão: o FDG-PET/RM apresenta maior acurácia que o EC para detecção de lesões metastáticas, especialmente em paciente com IVEM. A taxa de detecção do FDG-PET/RM foi superior ao EC para todas as lesões e para linfonodos não regionais. Alguns parâmetros do PET e da RM permitem a distinção de pacientes metastáticos e não metastáticos. O componente mucinoso do tumor primário do reto apresenta menor metabolismo glicolítico que o componente não mucinoso