Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Costa, Renato Jose da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-10092013-125446/
|
Resumo: |
A Revolução Islâmica pode ser entendida como um marco histórico, tendo em vista seu aspecto religioso e a mudança de paradigmas que trouxe para o estudo das Ciências. Seja no aspecto político, econômico ou social, a implantação da República Islâmica do Irã provocou uma mudança nas relações internas e também externas refletidas no sistema internacional. Esse estudo procura desenvolver um aspecto da Revolução Iraniana que muitas vezes não é tratado pelos especialistas, qual seja, a real viabilidade de a revolução expandir-se para outros países muçulmanos. Muitas vezes essa possibilidade é apresentada como uma meta política norteadora do governo iraniano, no entanto, sem que sejam analisadas as reais possibilidades para que se concretize. Nesse sentido, o objeto principal desse trabalho é apresentar a gradual ampliação da importância que os ulemás alcançaram na vida política iraniana a partir do final do século XIX e que desencadeou a Revolução (1978-79). Para que esse processo se tornasse viável, além das condições políticas propícias, foi necessário que os ulemás se apropriassem ainda mais da linguagem religiosa e a transformasse em instrumento político para mudar o status da população xiita, ou seja, de resignada para ativa. Ainda, além da alteração nessa postura dos ulemás frente à dominação do xá, houve a necessidade de que uma liderança desencadeasse o processo contestatório que levaria ao final da monarquia. Para tanto, a liderança do aiatolá Khomeini foi imprescindível e, ainda mais, o desenvolvimento da teoria do wilayat al-faqih, que nortearia a estrutura política do governo no pós-revolução. Contudo, mesmo diante de um panorama político que convergiu para a ocorrência da Revolução, esse estudo defende a tese de que a doutrina usulita abriu a possibilidade para a ijtihad e essa liberalidade foi muito bem utilizada pelo aiatolá Khomeini ao criar discursos políticos impregnados de elementos religiosos. Como resultado de seus discursos em Najaf (1970), surgiu o wilayat al-faqih. No entanto, o mesmo pragmatismo que possibilitou o entendimento particularizado da situação política iraniana e desencadeou a Revolução, hoje se apresenta como um impeditivo para sua expansão, tendo em vista que o atual Líder Supremo iraniano não goza do mesmo prestígio que o carismático Khomeini, tampouco os aiatolás iranianos têm interesse em delegar completamente suas prerrogativas religiosas a ele. Assim, quando essa pesquisa buscou entrevistar os atuais aiatolás que fazem parte do bloco governamental, intencionava mostrar que o wilayat al-faqih continua sendo o estabilizador da revolução, mas não tem condições para se tornar um modelo que agregaria outros estados, uma vez que, além do nacionalismo enraizado nos demais grupos xiitas do Oriente Médio, a ausência de uma liderança carismática faz com que o pragmatismo dos aiatolás impere. Com isso, mesmo que a intenção de Khomeini fosse utilizar o wilayat al-faqih para expandir a revolução, com sua morte houve o sepultamento dessa via. |