Mineralogia do Granito Itaóca e sua relação com a suscetibilidade a escorregamentos rasos da bacia do Rio Gurutuba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carou, Camila Bertaglia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-11122019-171423/
Resumo: Os escorregamentos ocorridos na bacia do rio Gurutuba, localizada no Maciço Granitóide Itaóca, cidade homônima, estado de São Paulo, foram estudados neste trabalho a partir da perspectiva mineralógica. Isso porque, dentre as possíveis análises dos fatores condicionantes de escorregamentos, a análise mineralógica, focando na diferença de coesão, atrito, dilação, poro-pressão, peso do solo e limite de liquidez de argilominerais, fornece respaldo para entender o comportamento da massa e sua relação com a ruptura do processo. Assim, o objetivo foi identificar a mineralogia primária e secundária do solo a fim de correlacionar suas propriedades físico-químicas com a suscetibilidade a escorregamentos rasos. Primeiramente, foi realizado um inventário de cicatrizes para escolha de uma cicatriz amostral por meio de parâmetros morfológicos. O inventário, e sua validação em campo, demonstrou que os escorregamentos deflagrados são do tipo planar ou escorregamento raso. Com base nisso, duas trincheiras e duas tradagens foram alocados em uma cicatriz amostral a fim de correlacionar a ruptura com os horizontes pedológicos desse Neossolo Litólico e sua respectiva mineralogia. Para uma melhor análise da fração argila, a mesma foi separada da amostra total de TFSA por meio de centrifugações com inserção de solução de Na2CO3, e depois identificada e semi-quantificada por meio de DRX (radiação Cu-K). Além disso, análises de DRX solo total, MEV-EDS (recobrimento de carbono), morfoscopia e granulometria foram realizadas em laboratório. Os resultados indicaram que a mineralogia primária é composta de feldspatos sódicos e potássicos, quartzo, biotitas e hornblenda. Já a secundária é composta por caulinita, esmectita, vermiculita, ilita e hidrobiotita de argilominerais e goethita e hematita de óxidos. A semi-quantificação indicou que os argilominerais mais abundantes são caulinita e hidrobiotita, contudo, o grupo das esmectitas, especificamente, apresentou pico de concentração (7,5 - 24,2%) no contato lítico (solo-rocha), o que pode gerar uma massa com baixo limite de liquidez e alto potencial de dilatação. Os resultados mostram um perfil de solo invertido, o qual possui em sua composição maior quantidade de argilominerais 2:1 em seu topo do que em sua base. Apesar disso, os minerais 2:1 encontrados no topo não possuem alta atividade, ao passo que o contato lítico pode apresentar alto limite de plasticidade devido às esmectitas, bem como grande aumento da poro-pressão e peso do solo devido à absorção de água em suas entrecamadas e ultramicroporos; e baixo limite de liquidez, devido à quantidade de caulinita, gerando um cenário propício à ruptura. Em suma, o recobrimento de Neossolo Litólico ao longo do Maciço Granitóide Itaóca tem seu contato lítico associado à uma área potencial de ruptura para escorregamentos translacionais rasos, ao passo que outros recobrimentos pedogenéticos podem apresentar outra organização mineralógica.