Perfil de colonização de S.aureus em pacientes com dermatite atópica nas lesões agudas e crônicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pereira, Vanessa Tavares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-31072017-153104/
Resumo: INTRODUÇÃO: A dermatite atópica (DA) é considerada a principal e mais freqüente manifestação cutânea da atopia, podendo acometer até 20% da população pediátrica mundial. Trata-se de uma doença multifatorial onde agentes infecciosos como S.aureus são relevantes no desencadeamento das crises. OBJETIVOS: (1) Avaliar a taxa de colonização do S.aureus na pele e vestíbulo nasal de pacientes com DA e o seu perfil de sensibilidade a antibióticos (2) Comparar os resultados com a taxa de colonização do vestíbulo nasal dos cuidadores primários (3) Avaliar a associação entre colonização por S.aureus gravidade da doença e hábitos de higiene. MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo entre dezembro de 2016 a fevereiro de 2017. Foram avaliados aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais de crianças com DA em seguimento na unidade de alergia e imunologia do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICr HCFMUSP). Foram incluídos pacientes que apresentaram DA moderada ou grave, classificados de acordo com o escore de gravidade SCORAD (scoring atopic dermatitis). Foram excluídos pacientes que haviam utilizado antibioticoterapia há menos de 30 dias da inclusão, que apresentavam infecções cutâneas ou utilizavam imunossupressores por via sistêmica. A pesquisa de S.aureus em pacientes foi realizada por meio de coleta de swab em vestíbulo nasal, lesão aguda e crônica dos pacientes com DA e nos cuidadores primários foi realizado swab de vestibulo nasal. RESULTADOS: Foram avaliados 27 pacientes (14M), 18 com DA moderada e 9, grave. O início da doença ocorreu entre 2 e 60 meses de idade (mediana de 12m) e a coleta de swab ocorreu ao 9 anos (mediana, com variação entre 2 e 15 anos). Todos os pacientes apresentaram colonização por S.aureus em pelo menos um local de coleta, sendo a lesão aguda o mais frequente (24/27), seguido do nariz (23/27) e lesão crónica (20/27). Dezenove cuidadores apresentaram S.aureus em vestíbulo nasal. A presença de S.aureus meticilino resistente (MRSA) foi detectada em 9/23 pacientes no vestíbulo nasal, 8/24 na lesão aguda e 6/20 na lesão crônica. Entre os cuidadores 6/19 apresentaram S.aureus MRSA em vestíbulo nasal. Pacientes e cuidadores primários apresentaram semelhança no perfil de sensibilidade a antibióticos (kappa 0,75). A gravidade da doença (SCORAD), não se correlacionou de maneira significante com a taxa de colonização, mas pacientes com escores de prurido mais elevados apresentaram estafilococos MRSA com maior freqüência de maneira estatisticamente significante (p= 0,29). Houve uma elevada taxa de compartilhamento de produtos com destaque: produtos pessoais (17/27) cama (11/27) e toalha (3/27) CONCLUSÃO: S.aureus permanece como uma bactéria bastante presente na pele de quem apresenta dermatite atópica, independentemente do tipo de lesão. A presença de elevadas taxas de S.aureus MRSA é um sinal de alerta para o cuidadoso manejo de pacientes com DA e estratégias que envolvam a orientação com relação as medidas de higiene e cuidado pessoal devem fazer parte do tratamento da dermatite atópica